• Perspectivas em Cena - O que leva alguém a um psicanalista? - Convidado Leandro dos Santos
    Dec 27 2023

    Quando as coisas parecem não se encaixar, a vida aparenta não fluir e, especialmente, alguns sinais de um mal-estar bem especifico começam a surgir, daí nasce a ideia de buscar por esse tratamento bem particular, no qual a palavra é privilegiada, ou seja, vai-se ao analista para falar, para colocar em palavras o que aflige qualquer ser humano. Comumente as queixas iniciais se derivam de dificuldades no amor ou no trabalho, ainda que as vezes elas surjam nos dois campos. Os psicanalistas Leandro dos Santos e Monique Nascimento, a partir de suas experiências clínicas, falam sobre as principais razões pelas quais as pessoas têm batido na porta dos seus consultórios. Convidado: Leandro dos Santos - Psicanalista, mestre em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano e doutor em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo (2011).

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  • Perspectivas em Cena - Autolesão e Psicanálise: Dados, teoria e manejo - Convidada Thais Leite | Psicanalista e psicóloga
    Sep 28 2023

    Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a violência é caracterizada como uso intencional de força física ou de poder, através de ameaça ou da prática da violência em si, contra si ou contra um outro, que resulta em sofrimento, morte, dor, danos psicológicos, dentre outras consequências.


    Neste grande contexto em que se insere a violência, há o auto abuso, caracterizado por atos violentos contra si, sendo a automutilação um de seus exemplos. Em uma compreensão próxima da psicanálise, é possível que se entenda a autolesão como algo relacionado com a produção de atos que produzem respostas contra a angústia que não consegue ser simbolizada, conduzindo o sujeito a recorrer ao corpo como fonte de alívio da angústia.


    Nesse sentido, as mutilações (ou marcas corporais) podem ser compreendidas, então, como balizas identitárias; não apenas como uma metáfora para o sentimento, mas também como uma forma de inscrever os limites na pele, a fim de reorganizar o sujeito.


    Para discutirmos esse tema, contamos com a companhia da psicóloga e psicanalista Msc. Thais Leite.

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  • Perspectivas em Cena - Homoparentalidade e psicanálise: Morte e Vida - Convidado Thiago Lusvardi
    Sep 8 2023

    Na psicanálise, a família é compreendida como o primeiro núcleo estruturante e socializador da criança; entidade fundamental para alicerçar as bases identitárias do indivíduo.


    Assim, o inconsciente do infante se configura na família e em sua complexa e delicada rede de tramas geracionais e inúmeras determinações inconscientes, colocadas não só pelos genitores, mas também pelos pais e avós de cada um destes.


    Como isso, a maternidade e a paternidade não dependem do ato biológico de tornar-se pai ou mãe, mas de ocupar esses lugares e papéis simbólicos para uma criança, colocando-a no lugar de filho. Não fosse dessa forma, as adoções de crianças seriam impossíveis.


    Em casos de família monoparental, onde apenas um dos membros, em geral a mulher, do casal parental está presente, ambas as funções podem estar presentes no mesmo sujeito, ou até mesmo, a função paterna pode estar referenciada a um terceiro, para além da relação do sujeito infante com a mãe.


    Frisa-se que os discursos preconceituosos/de ódio reforçam discursos e práticas violentas. Mesmo entre analistas tais discursos podem ser observados. Nesse sentido, retomando-se Quinet, reforça-se “O psicanalista não pode ser preconceituoso e deixar-se contaminar pela moral, religião ou discurso da ciência que foraclui o sujeito.


    A psicanálise é antirracista, pois admite que o estrangeiro habita o âmago de cada um e o diferente (heteros) é parte de si. Cabe ao analista fazer entrar a consideração pelo gozo do sinthoma, com sua singularidade, no discurso de sua polis. E no espaço público e no privado, trazer a política que sua prática ensina”.

    Thiago é psicólogo com percurso psicanalítico, coordenador de serviço de atenção à famílias em situação de violência e risco social em Campinas, Professor universitário. Mestre pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, e doutorando pela Faculdade de Saúde Pública da USP.

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  • Perspectivas em Cena - Fibromialgia: Sintomas, diagnóstico e tratamento - Convidadas: Letícia Nogueira e Sheila Oliveira
    Aug 4 2023

    Fibromialgia - Entendida como experiência sensorial e emocional desagradável, a dor é considerada tradicionalmente um sinal, sintoma, que alerta para a ocorrência de lesões no organismo. No entanto, são numerosos os exemplos de dores corporais sem base fisiológica observável. O diagnóstico e o tratamento da dor crônica têm mobilizado profissionais de diferentes áreas e é uma das razões de procura por atendimento médico e afastamento do trabalho. As síndromes de dor crônica têm a dor como sintoma principal e são classificadas de acordo com a região acometida, incluindo-se a fibromialgia. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, essa síndrome acomete 8% da população, sendo a maioria dos casos observado em mulheres. Nela prevalece a dor generalizada em distintas regiões do corpo. Em geral, essas dores são concomitantes a outras manifestações corporais, como cansaço, rigidez muscular, perturbações do sono, alterações no funcionamento do intestino, dores de cabeça e dores difusas e etc. Apesar desse agrupamento de sintomas e da evolução clínica conhecida, até o momento não se descobriu a causa orgânica para a fibromialgia. Além disso, não há resposta homogênea à terapêutica farmacológica e, em muitas situações, a dor permanece mesmo sendo empregados os mais poderosos analgésicos. Em muitos dos casos recorre-se a antidepressivos como possibilidade de tratamento. Para a psicanálise, a dor crônica expõe questões cruciais sobre o corpo e a regulação das pulsões. Diante do enigma de uma dor que faz sua morada no corpo e, tal como o sintoma, se repete e, como a pulsão, insiste; a psicanálise é convocada a intervir, aceitando a abordagem multidisciplinar indicada para seu tratamento. Algumas formulações freudianas sobre a dor são a base da reflexão de alguns psicanalistas que se dedicam ao trabalho sobre esse tema atualmente. Em especial, as que se referem a vicissitudes na capacidade do aparelho psíquico lidar com o excesso que seria próprio da dor. Igualmente em consonância com a proposta freudiana, Leite e Pereira entendem que “A dor marca o limite do eu atravessado por um excesso. Ela erotiza o corpo que arrisca revelar-se como carne crua, reveste o corpo orgânico que tanto horroriza a histérica” (p. 102). Nesse caso, a dor corporal sem causa orgânica indica seu caráter de mensagem a ser decifrada. Revela-se um sintoma freudiano que se relaciona com a história do sujeito, tem um sentido e se oferece à decifração. Nessa direção, alguns autores pontuam a fibromialgia como um fenômeno também psicossomático. Outros, a observam como próxima de manifestações histéricas nos temos hodiernos. Tendo isso em mente, realizamos uma conversa com a Médica Neurologista Letícia Nogueira e a psicóloga Sheila Oliveira, acerca da fibromialgia, com enfoque em seus sintomas, diagnóstico, tratamento e interlocuções com a psicanálise.

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  • Perspectivas em Cena - Como estudar psicanálise? - Convidado Sérgio Gleiston (Psicanálise dos Mundos Possíveis)
    May 26 2023

    Em psicanálise temos como objeto de estudo algo bastante peculiar. O inconsciente não é observável diretamente, não temos como medir, quantificar, tocar. Nada de errado com isso. Alguns conceitos em ciência também são assim. Trabalhar com abstrações é sempre mais complicado do que com coisas concretas. Uma das formas de driblar essa dificuldade inicial são as analogias e metáforas. Para dificultar um pouco mais, em psicanálise, trabalhamos com fenômenos únicos, irrepetíveis. Existem sutilezas da psicanálise que só fazem sentido para aquela dupla específica, naquele momento singular. Além disso, as leituras em psicanálise tendem a não serem simples. Além da trama conceitual que envolve um conceito específico, temos as peculiaridades do tempo e modo de escrita dos autores que lemos, bem como nossas resistências aos temas. A cada material estudado aprendemos algo novo. Com tantas peculiaridades como podemos estudar psicanálise de uma forma que possamos assimilar conteúdos? Para discutirmos sobre essa e outras reflexões, contamos com a companhia de Sérgio, psicanalista, idealizador do Psicanálise dos Mundos Possíveis.

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  • Dose de Reflexão - Cinco lições de Psicanálise - Episódio 13
    Mar 20 2023

    Em 1908, Freud recebeu um convite para apresentar discussões acerca da psicanálise na Clark University. No ano de 1909, o convite feito por Stanley Hall foi concretizado. Freud se deslocou à Worcester, por ocasião do vigésimo aniversário da referida instituição, e pronunciou as cinco lições de Psicanálise, inaugurando a primeira exposição sistemática de sua teoria. Momento que foi considerado um marco do reconhecimento de suas descobertas. Cabe mencionar que entre as cinco lições expostas por Freud estão importantes conceitos do arcabouço teórico que envolve a psicanálise, como histeria, resistência e repressão, chistes e atos falhos, sintomas e sexualidade, e, transferência. Lacan (1955/1988), relatou que em um encontro com Jung, lhe afirmou que quando viajava junto de Freud para a série de Conferências na Clark University, Freud teria dito, no instante em que avistaram a célebre Estátua da Liberdade: “Mal sabem eles que eu lhes trago a peste!” Transcorrido mais de um século, a conferência realizada por Freud, a partir de cinco lições, é, ainda, um importante material para aqueles que se interessam pela psicanálise. Inclusive, para aqueles que farão um primeiro contato com a obra freudiana por intermédio delas. A peste segue se espalhando e introduzindo mudanças na posição subjetiva de quem é por ela inoculada e tem seu modo de viver a realidade subvertido a partir de torções subjetivas.

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  • Perspectivas em Cena - Janeiro Branco: Vida e Morte em Psicanálise - Episódio 15
    Feb 13 2023

    Em Janeiro comemora-se o Janeiro Branco, com intuito de se chamar a atenção para questões relacionadas à Saúde Mental.   
    Em conversa com Thiago Lusvardi, discutimos não apenas a ideia de um ano novo como uma tela em branco, mas de um sujeito como tal tela.   
    Além disso, falamos sobre vida e discursos que legitimam mortes, com foco em minorias e trabalhadores.   
    Thiago é psicólogo com percurso psicanalítico, coordenador de serviço de atenção à famílias em situação de violência e risco social em Campinas, Professor universitário. Mestre pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, e doutorando pela Faculdade de Saúde Pública da USP.

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  • Perspectivas em Cena - Psicanálise e Arte - Episódio 14
    Dec 23 2022
    Muitas vezes se entende a Arte como um campo da cultura e do entretenimento e a Psicanálise como um campo técnico, de pesquisa e tratamento. Contudo, é possível se pensar, inclusive, na existência de aspectos do fazer do analista que se relacionam com a arte, por exemplo: não ficar preso a discursos prontos e reproduzidos sem questionamentos, que é poder escutar o inédito, o que não está dentro dos padrões pré-estabelecidos socialmente, lidar com as transformações, ser sensível às cristalizações e enrijecimentos, questionamentos. E quando um analisante se dá conta dos seus enquadramentos, de sua rigidez, de suas repetições fazendo novas elaborações tentando sair disso, há algo que também se relaciona ao fazer artístico. Para avançarmos nessa discussão, contamos com a presença dos psicanalistas Sônia Lacerda e Rodrigo Silva Sá Pedro, cujas histórias de vida são imbricadas com a arte.
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