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A Semana na Imprensa

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De: RFI Brasil
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Acerca de esta escucha

Uma leitura dos assuntos que mais interessaram as revistas semanais da França. Os destaques da atualidade do ponto de vista das principais publicações do país.

France Médias Monde
Política y Gobierno
Episodios
  • Elite militar cresce na Ucrânia, mas Kiev enfrenta falta de armamentos e ainda depende dos EUA
    Jul 12 2025

    As revistas francesas seguem comentando, nesta semana, a guerra na Ucrânia. A L’Express publicou uma reportagem sobre a evolução da espionagem ucraniana. Com o título "Os serviços secretos de Kiev, nova pedra no sapato dos russos", o semanário destacou como o país de Zelensky tem atacado para se defender de Vladimir Putin.

    A publicação lembrou a operação “Teia de Aranha”, quando 117 drones foram usados em ataques sem precedentes no território russo. Um ano, seis meses e nove dias teriam sido necessários para preparar esta ação, que foi trabalhada em completo sigilo. Como resultado, quatro aeródromos russos foram bombardeados, com dezenas de aviões estratégicos destruídos. Em tom elogioso, a revista afirma que pouquíssimos serviços no mundo são capazes de operar ações de tal porte.

    De acordo com a L’Express, outro personagem que tem causado dor de cabeça nos russos é o chefe do serviço de inteligência militar ucraniano (HUR), Kyrylo Boudanov, famoso por suas operações arriscadas e por sua expressão enigmática. No fim de maio, a imprensa ucraniana afirmou que seu serviço foi responsável pelas explosões ocorridas no dia 30 daquele mês na base naval de Vladivostok, a quase 7 mil quilômetros da linha de frente. Menos de um mês antes, o HUR reivindicou a destruição de dois caças SU-30 no Mar Negro, graças a mísseis disparados por drones marítimos, um feito inédito no mundo.

    O HUR anunciava sua posição desde 2016, adotando como emblema uma coruja apontando uma espada sobre a Rússia. A escolha do animal noturno não foi por acaso: ele é um dos predadores do morcego, símbolo das forças especiais do serviço de inteligência militar russo.

    Ajuda americana

    Já a revista Le Nouvel Obs aborda o tema, mas com outro viés, destacando a dependência da Ucrânia da ajuda de outros países, como os Estados Unidos. A publicação aponta que os “caprichos” de Donald Trump levaram os EUA a anunciarem que, por conta do ataque ao Irã, não poderiam mais disponibilizar armas para Kiev, como se as operações militares do país tivessem ficado desfalcadas.

    A desculpa foi obviamente criticada por especialistas e, diante de um Vladimir Putin inflexível, o presidente norte-americano teve de voltar atrás. Ele anunciou, em 7 de julho, que a Ucrânia precisa ser capaz de se defender. Com isso, afirmou que seu país vai enviar mais armas de apoio a Kiev.

    A revista destaca ainda que antes do início de seu segundo mandato na Casa Branca, Donald Trump repetia que negociaria o fim da invasão russa na Ucrânia em 24 horas. Mas Cúpula da Otan, ele declarou aos jornalistas que isso deveria ser visto como uma piada.

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    2 m
  • Medidas de Trump geram inquietude entre apoiadores e setor econômico nos Estados Unidos
    Jul 5 2025

    O presidente americano, Donald Trump, vem se destacando neste segundo mandato por medidas polêmicas, como a das tarifas alfandegárias e à caça aos imigrantes ilegais. Mas não sem alguma resistência, como mostram reportagens de revistas semanais francesas.

    A Nouvel Obs foi até Kennett, cidadezinha do cinturão da bíblica em Missouri, com dez mil habitantes, que apoiou o bilionário republicano com 80% dos votos na última eleição presidencial.

    Em 30 de abril, uma notícia abalou Kennett: a prisão de Carol, garçonete e faxineira, sempre presente em atividades ligadas à escola e à igreja. Nascida em Hong Kong, Ming Li Hui, seu nome verdadeiro, ela chegou aos Estados Unidos há 20 anos como turista. Casou-se com um mexicano e teve 3 filhos. Renovava seu visto de permanência regularmente. Mas não podia trabalhar e foi pega numa batida da polícia.

    “Não votamos para isso”, diz um habitante de Kennett.

    A mobilização da cidade chegou a ser notícia no New York Times. Habitantes de Kennett fizeram vaquinhas e protestos para ajudá-la. Finalmente, Carol foi solta, beneficiada por uma proteção temporária a cidadãos de Hong Kong.

    A revista francesa diz que a moral da história é curiosa, pois, apesar de os habitantes de Kennett terem defendido Carol, eles ainda apoiam Trump. O que culpam é a má execução da lei.

    Comércio interno tenso

    A revista L’Express vai para o lado econômico das medidas Trump. Os economistas já previam e os consumidores temiam que as tarifas alfandegárias do bilionário iriam chegar às prateleiras dos supermercados.

    No momento em que começam as encomendas para o final do ano, a situação é tensa. O setor varejista faz pressão em Washington. “O segmento está encurralado”, resumiu um consultor econômico à L’Express.

    A rede Walmart afirma que dois terços dos produtos vendidos em suas lojas são fabricados ou montados nos EUA. Ainda assim, a China, Vietnã e México, países sujeitos às novas taxas, estão entre seus principais fornecedores.

    Alguns comerciantes fizeram estoques, mas o dilema continua. Por enquanto, o impacto das tarifas ainda está contido, mas o braço de ferro continua. Especialistas dizem que os efeitos só serão sentidos no quarto trimestre.

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  • Conflito Israel-Irã evidencia marginalização e impotência do bloco europeu, analisa imprensa
    Jun 28 2025

    A mudança de discurso e de atitude de Donald Trump no conflito entre Israel e Irã é analisada pelas revistas semanais francesas, que salientam a marginalização e a "impotência" dos europeus nesse confronto. A situação deve "servir de lição" para a Europa, escreve o editorial da Le Point desta semana.

    Depois de muito hesitar, e contrariando seu discurso de que os Estados Unidos não voltariam a intervir militarmente em outro país, o presidente americano autorizou o bombardeio das instalações iranianas na noite de 21 de junho. Dois dias depois, decretou a entrada em vigor de um cessar-fogo entre Israel e o Irã.

    "Trump impõe seus métodos brutais a uma União Europeia lenta, corroída por suas contradições", critica a Le Point. Os europeus defenderam até o último momento a "ilusão" de uma solução do conflito israelo-iraniano "pela negociação", observa a revista. Mas o presidente americano descartou o bloco europeu, garantindo que ele não ajudou em nada, e privilegia as discussões diretas com Teerã.

    O recente episódio do bombardeio ao Irã e o cessar-fogo obtido pelo presidente americano levantam questões sobre a legitimidade do Serviço Europeu de Ação Exterior da União Europeia. "Neste mundo onde o que conta são as relações de força, os Estados Unidos deram uma lição de realpolitik inesquecível as chancelarias europeias", conclui o editorial.

    'Cartilha de guerra e paz' de Trump

    "E, no final das contas, é sempre Trump quem ganha", afirma a manchete da L'Express. A revista considera o presidente dos Estados Unidos o único capaz de destruir o programa nuclear iraniano e o único líder que ousou entrar em ação com esse objetivo.

    O especialista Jacob Heilbrunn, do think tank americano The National Interest, entrevistado pela L'Express, nega, no entanto, que Trump tenha se transformado em "um falcão neoconservador como o ex-presidente George W.Bush", que desencadeou a guerra contra o Iraque. Segundo ele, Trump não é uma "pomba da paz, sempre foi favorável ao uso da força e é um unilateralista que pensa apenas no interesse dos Estados Unidos".

    Na mesma linha, a Nouvel Obs publica a "cartilha de guerra e paz segundo Trump". A ofensiva americana surpresa contra o Irã precipitou a região e o mundo em um período de incertezas, ao levantar mais questões do que respostas, diz a matéria.

    A decisão do presidente "autoproclamado pacificador" de reativar a doutrina da "paz pela força" ao intervir no Irã "revela a realidade da política externa de Trump". O republicano quer, acima de tudo, "mostrar que os Estados Unidos são incontornáveis", o cerne do slogan "Make America Great Again", aponta a Nouvel Obs.

    Partidário da "paz armada", Trump impõe seu ritmo e iniciativas até contra a opinião de seus apoiadores, avalia a Le Point. A revista considera o bombardeio das instalações nucleares iranianas a decisão mais ousada do presidente americano desde que retornou ao poder.

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