
Conflito Israel-Irã evidencia marginalização e impotência do bloco europeu, analisa imprensa
No se pudo agregar al carrito
Add to Cart failed.
Error al Agregar a Lista de Deseos.
Error al eliminar de la lista de deseos.
Error al añadir a tu biblioteca
Error al seguir el podcast
Error al dejar de seguir el podcast
-
Narrado por:
-
De:
Acerca de esta escucha
A mudança de discurso e de atitude de Donald Trump no conflito entre Israel e Irã é analisada pelas revistas semanais francesas, que salientam a marginalização e a "impotência" dos europeus nesse confronto. A situação deve "servir de lição" para a Europa, escreve o editorial da Le Point desta semana.
Depois de muito hesitar, e contrariando seu discurso de que os Estados Unidos não voltariam a intervir militarmente em outro país, o presidente americano autorizou o bombardeio das instalações iranianas na noite de 21 de junho. Dois dias depois, decretou a entrada em vigor de um cessar-fogo entre Israel e o Irã.
"Trump impõe seus métodos brutais a uma União Europeia lenta, corroída por suas contradições", critica a Le Point. Os europeus defenderam até o último momento a "ilusão" de uma solução do conflito israelo-iraniano "pela negociação", observa a revista. Mas o presidente americano descartou o bloco europeu, garantindo que ele não ajudou em nada, e privilegia as discussões diretas com Teerã.
O recente episódio do bombardeio ao Irã e o cessar-fogo obtido pelo presidente americano levantam questões sobre a legitimidade do Serviço Europeu de Ação Exterior da União Europeia. "Neste mundo onde o que conta são as relações de força, os Estados Unidos deram uma lição de realpolitik inesquecível as chancelarias europeias", conclui o editorial.
'Cartilha de guerra e paz' de Trump"E, no final das contas, é sempre Trump quem ganha", afirma a manchete da L'Express. A revista considera o presidente dos Estados Unidos o único capaz de destruir o programa nuclear iraniano e o único líder que ousou entrar em ação com esse objetivo.
O especialista Jacob Heilbrunn, do think tank americano The National Interest, entrevistado pela L'Express, nega, no entanto, que Trump tenha se transformado em "um falcão neoconservador como o ex-presidente George W.Bush", que desencadeou a guerra contra o Iraque. Segundo ele, Trump não é uma "pomba da paz, sempre foi favorável ao uso da força e é um unilateralista que pensa apenas no interesse dos Estados Unidos".
Na mesma linha, a Nouvel Obs publica a "cartilha de guerra e paz segundo Trump". A ofensiva americana surpresa contra o Irã precipitou a região e o mundo em um período de incertezas, ao levantar mais questões do que respostas, diz a matéria.
A decisão do presidente "autoproclamado pacificador" de reativar a doutrina da "paz pela força" ao intervir no Irã "revela a realidade da política externa de Trump". O republicano quer, acima de tudo, "mostrar que os Estados Unidos são incontornáveis", o cerne do slogan "Make America Great Again", aponta a Nouvel Obs.
Partidário da "paz armada", Trump impõe seu ritmo e iniciativas até contra a opinião de seus apoiadores, avalia a Le Point. A revista considera o bombardeio das instalações nucleares iranianas a decisão mais ousada do presidente americano desde que retornou ao poder.