• "Um desafio de vida", diz a coreógrafa das cerimônias dos Jogos Olímpicos de Paris 2024

  • Jul 22 2024
  • Length: 6 mins
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"Um desafio de vida", diz a coreógrafa das cerimônias dos Jogos Olímpicos de Paris 2024

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  • A RFI foi ao encontro da coreógrafa das cerimônias dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Paris 2024. Em um galpão de Saint-Denis, subúrbio ao norte de Paris onde fica a Vila Olímpica, ela ensaiava com 50 bailarinos. A francesa Maud Le Pladec mantém segredo sobre o seu trabalho, e pouco se sabe sobre o espetáculo a ser apresentado na noite de abertura, em 26 de julho, e que contará com milhares de participantes.

    Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris

    A coreógrafa fala do desafio, quase uma ousadia, segundo ela, de criar um show original e único. Paris 2024 oferecerá uma cerimônia de abertura que poderá ficar entre os momentos mais memoráveis da história Olímpica.

    "Estamos preparando um espetáculo vivo, em que teremos o protocolo, o show, as delegações que vão se misturar neste grande teatro único, já que pela primeira vez na história das cerimônias de abertura não será em um estádio, mas no coração da cidade", diz a coreógrafa. "Então, é absolutamente mágico para mim. Um verdadeiro desafio de vida", completa Le Pladec.

    Paris está inovando ao trazer o esporte para os cartões-postais da cidade e o mesmo acontecerá com a cerimônia de abertura, que será realizada ao longo de sua principal artéria: o rio Sena. O desfile dos atletas será em barcos, onde irão a bordo as delegações dos diferentes países, num total de 10 mil esportistas.

    Essas 94 embarcações já fizeram um teste no rio Sena. Elas cruzarão o centro de Paris de leste a oeste e serão equipadas com câmeras para permitir ao público acompanhar tudo pela televisão. O desfile terminará o seu percurso de 6 quilômetros no Trocadéro, em frente à Torre Eiffel, onde acontecerão os demais elementos do protocolo Olímpico e os últimos shows.

    A bailarina que até agora dirigia o Centro Coreográfico Nacional de Orléans, no centro da França, uniu forças com outras personalidades do mundo da dança para planejar o espetáculo. Aos 48 anos, Maud Le Pladec fala da sincronia entre dança e esporte.

    "Usamos o nosso corpo como um meio de emancipação, de determinação e eu acho que este é um valor que compartilhamos entre o esporte e a dança", compara.

    A expectativa é grande, também, entre os dançarinos. "Somo apenas 50 aqui neste ensaio, mas sei que teremos muito mais dançarinos. Então, não sabemos ainda como vai ser quando estivermos todos juntos. Além disso, vamos dançar no verão, sob o sol e com forte calor, então precisamos de muita preparação para isso", diz um dos membros do corpo de baile.

    Formação em jazz e dança contemporânea

    Maud Le Pladec começou a carreira como dançarina em Montpellier, no sul da França, antes de passar para o lado criativo, no início de 2010.

    Ela foi indicada para os Jogos Olímpicos pelo diretor artístico das cerimônias, Thomas Jolly, com quem já trabalhou em 2016, na Ópera Nacional de Paris.

    Ao justificar a escolha da ex-bailarina, com formação em jazz e dança contemporânea, Jolly destacou que Maud explora todas as culturas através de suas criações e visão artística. Um pré-requisito essencial para uma festa de 173 nações.

    "O que eu gosto no trabalho da Maud é que tudo é bem marcado, ao mesmo tempo orgânico, assertivo. Eu digo sempre que Maud é telúrica, quer dizer que a sua energia vem da terra. Alguma coisa que vem do solo e que se transmite para nós", diz Jolly em entrevista à RFI.

    Um sentimento que deverá ser compartilhado com centenas de milhões de espectadores em todo o mundo e 320 mil pessoas nos cais do rio que corta Paris.

    Além disso, em uma edição que verá o break dancing entrar no programa olímpico, a coreógrafa quer destacar “todos os estilos”.

    Mas por mais que ela acumule grande experiência, o desafio dos Jogos Olímpicos será em uma escala completamente diferente do que ela viveu até agora: Maud Le Pladec terá 3.000 dançarinos sob seu comando.

    E se teremos que esperar até o grande dia para ver a coreografia, já se sabe que a música terá lugar de destaque no espectáculo, já que a francesa da Bretanha fez do som um ponto central do seu trabalho, e um objeto de pesquisa.

    O que ela deseja é “transmitir o máximo de emoções possível, e chegar ao maior número de pessoas”. Que melhor maneira de fazer isso do que um dos maiores palcos do mundo?

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