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Reportagens de nossos correspondentes em várias partes do mundo sobre fatos políticos, sociais, econômicos, científicos ou culturais, ligados à realidade local ou às relações dos países com o Brasil.France Médias Monde Política y Gobierno
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  • “Bailables”: o espetáculo que mistura flamenco, forró e amizade brasileira no coração de Madri
    Jun 1 2025

    Às dez da noite de uma quarta-feira, quatro músicos e um bailarino de flamenco se encontraram para ensaiar no Molino de Santa Isabel, uma escola de música no centro de Madri, onde receberam a equipe da RFI. Juntos, eles ajustaram os últimos detalhes para a estreia do espetáculo "Bailables", que acontece neste domingo (1º).

    Ana Beatriz Farias, correspondente em Madri

    O show une música autoral e dança, mesclando o flamenco com ritmos brasileiros e influências musicais de diversas partes do mundo. Diferentes estilos, às vezes, se encontram em um mesmo número — tem até a junção de tango flamenco com forró brasileiro.

    Quem está à frente do projeto "Bailables" é Letícia Malvares, flautista, compositora e arranjadora carioca radicada na Espanha há dez anos. Antes de se firmar profissionalmente na música, Letícia era bailarina de dança de salão. Mais tarde, quando começou a tocar flamenco, seu caminho voltou a cruzar com a dança.

    Sabendo que “o jeito de ter contato com o flamenco no Brasil é por meio das escolas de dança”, a flautista decidiu tocar, em 2006, em um espetáculo de fim de curso de uma dessas academias. Foi aí que ela se apaixonou de vez pelo estilo musical. “Hoje, é das coisas que eu mais gosto de fazer na vida: tocar para ver o povo dançar enquanto eu toco”, conta.

    Letícia descreve o espetáculo "Bailables" — que em português poderia ser traduzido como “Dançáveis” — como uma consequência natural de sua trajetória artística. Algumas das canções do repertório foram compostas especialmente para serem coreografadas. “A dança, para mim, é muito fundamental, me inspira. E minha música é dedicada à dança e inspirada na dança também”, explica a compositora.

    Parceria além dos palcos

    Para transformar as canções em movimento, Letícia conta com outro brasileiro: o gaúcho Gabriel Matias, bailarino de flamenco. Dançando sobre o tablado, ele acrescenta ainda mais elementos típicos do flamenco à mistura de ritmos criada para o espetáculo. Como "bailaor" profissional, Gabriel domina o improviso. E, no espetáculo "Bailables" — que também abre espaço para a improvisação musical —, ele inclui passos improvisados no palco. No entanto, para que isso funcione, é necessário um trabalho prévio intenso: “muito profundo, extenso e constante”, como destaca o artista.

    Já são meses trabalhando no repertório do show. “É a união do estudo e da prática com o frescor desse momento, do improviso, de coisas que nascem e são únicas nesse espaço e nesse tempo, que vai ser o domingo”, narra, entusiasmado.

    Parceiros profissionais desde o Brasil, foi na Espanha que a amizade entre Letícia e Gabriel se fortaleceu. Isso aumenta ainda mais a expectativa de Gabriel para a estreia de "Bailables". “É muito especial. Primeiro, pela nossa relação de amizade – que é muito bonita. Segundo, pela qualidade artística que tem esse projeto. E terceiro, pela dificuldade que é, em muitos aspectos, estrear um projeto autoral.”

    Uma banda, muitas referências

    Na dança, além de Gabriel, o espetáculo contará com a participação da "bailaora" Lisi Sfair. Já na música, Letícia Malvares é acompanhada por músicos de diferentes origens e estilos.

    A brasileira apresenta os companheiros de jornada à RFI: “O Pantera Acosta é mexicano, toca flamenco, mas é do mundo pop. Ele toca em uma banda chamada Jenny and the Mexicats. Tem a Kyra Teboe, pianista, que é jazzista de berço, norte-americana. E tem o Epi Pacheco, de San Fernando, que é flamenco, flamenco, flamenco. Então, a gente tem todos os elementos.”

    O espetáculo busca ter um público tão diverso quanto o grupo de artistas que o compõe. Ao longo da carreira, Letícia Malvares tem trabalhado para isso, em um processo de formação de público que reúne pessoas de diferentes origens. Os encontros com o público surgem desde as aulas de flauta que Letícia ministra em Madri até as apresentações de flamenco de que participa, passando pelas rodas de choro que frequenta, como flautista, todos os meses.

    “Tem gente de todo canto, e eu quero cada vez mais que tenha gente de todo canto. A minha música está para quem está interessado em conhecer música autoral”, descreve Letícia, que dedica seu som a ouvintes de mente aberta. Muita coisa que pode ser ouvida no show provavelmente vai “soar diferente”; não será o que a plateia está acostumada a ouvir, segundo a artista. Mas ela também aposta que haverá elementos que soarão familiares.

    Em 1° de junho, a apresentação de "Bailables" acontece na Sala Villanos, em Madri. Depois, haverá apresentação também no dia 27 de junho, dentro da programação do Festival Galapajazz, em Galapagar, na Espanha.

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  • Consulado em Lisboa cria espaço dedicado a acolhimento de mulheres brasileiras
    May 26 2025
    O Espaço da Mulher Brasileira (EMuB) foi oficialmente inaugurado em março deste ano, com o objetivo de acolher, apoiar e empoderar mulheres brasileiras que vivem em Portugal. A iniciativa, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, já está presente em outras cidades como Roma, Londres e Miami, e agora chegou à capital portuguesa para responder de forma concreta às demandas da comunidade local. Luciana Quaresma, correspondente da RFI em Lisboa“O EMuB em Lisboa é um momento histórico para o consulado e para todas as brasileiras que vivem em Portugal. É a concretização de um compromisso com a proteção, orientação e o empoderamento das mulheres brasileiras em situação de vulnerabilidade”, afirmou o cônsul-geral do Brasil em Lisboa, Alessandro Candeas, em entrevista à RFI.Apoio em momentos de vulnerabilidadeO EMuB Lisboa foi pensado para funcionar como um ponto de acolhimento e atendimento especializado para mulheres que enfrentam situações delicadas, como violência doméstica, dificuldades de regularização documental, acesso à saúde ou justiça e insegurança econômica. O espaço oferece orientação jurídica e psicológica, além de ações educativas e de capacitação.“Queremos oferecer um atendimento humanizado, respeitoso e eficiente. O EMuB vem somar ao trabalho que já realizamos no setor de assistência consular, mas com um olhar ainda mais atento e dedicado às mulheres. É um avanço”, destacou Candeas.Desafios e parcerias para manter o atendimentoApesar da importância da iniciativa, o projeto enfrenta desafios estruturais. A escassez de recursos orçamentários tem impedido a contratação de novos profissionais. As atividades, por enquanto, são executadas pela própria equipe do setor de assistência do consulado. Para superar esse obstáculo, a instituição vem articulando parcerias com entidades e profissionais que atuam de forma voluntária.“Mesmo com restrições financeiras, temos conseguido oferecer serviços de qualidade, graças ao empenho da equipe e das parcerias que estamos construindo. É um esforço conjunto em prol de uma causa urgente”, ressaltou o cônsul.Ele também destacou a necessidade de informar a comunidade sobre os limites legais da atuação consular. “O consulado não pode substituir as autoridades locais, mas pode — e deve — orientar e apoiar. Esse é o papel do EMuB: mostrar os caminhos, facilitar o acesso e oferecer acolhimento.”A cônsul-adjunta do Brasil em Lisboa e coordenadora do EMuB, Nássara Thomé, reforça a importância de que mulheres em situação de risco saibam como agir. “É essencial que, diante de uma emergência, a mulher — seja brasileira, portuguesa ou de qualquer outra nacionalidade — acione imediatamente o número 112, o serviço de emergência em Portugal. As autoridades locais estão preparadas para prestar atendimento rápido e encaminhar a vítima aos serviços de proteção e acolhimento adequados.”Violência não é só física: reconhecer os sinais é essencialSegundo ela, o consulado está disponível para orientar e acolher. “Caso a mulher não saiba como proceder ou não possa comparecer, poderá enviar um e-mail. Nossa equipe vai criar um canal específico e retornar o contato por telefone, oferecendo apoio mesmo à distância. No entanto, em situações de risco iminente, o primeiro passo deve ser sempre acionar a polícia. O consulado pode orientar, mas quem garante a proteção imediata são as autoridades locais.”Nássara explicou que o órgão lida com uma variedade de casos envolvendo brasileiros em situação de vulnerabilidade, com atenção especial às mulheres vítimas de violência. “Temos um número significativo de brasileiras vivendo situações de vulnerabilidade, especialmente em contextos de violência doméstica. E é essencial lembrar que violência doméstica não se resume à agressão física”, afirmou.“Ela também se manifesta na forma psicológica, como quando a mulher é impedida de circular livremente, de acessar o próprio salário ou tem seus passos vigiados. Há muitas etapas antes de chegar à violência física.”Além do socorro: proteção de criançasNássara reforçou a importância de buscar ajuda o quanto antes: “É fundamental estar atenta aos sinais e não esperar que a situação se agrave. O consulado oferece tanto atendimento jurídico quanto psicológico, e, quando necessário, fazemos o encaminhamento para serviços locais especializados.”Ela esclareceu que o papel do consulado é de acolhimento e orientação inicial. “Nosso atendimento é pontual. Não conseguimos oferecer terapia contínua, mas podemos dar a primeira escuta e indicar os caminhos adequados para que a mulher receba o apoio de que precisa.”Leia tambémXenofobia aumenta em Portugal: casos visando brasileiros registraram alta de 20% em um anoAlém desses casos, o consulado também acompanha situações como hospitalizações, ...
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  • Barbie Ferreira: a brasileira de Euphoria agora emociona em 'Um Pai para Lily' e aguarda oportunidade no Brasil
    May 18 2025
    Barbara Linhares Ferreira, ou apenas Barbie Ferreira, apesar de ter nascido e crescido nos Estados Unidos, tem origem e cidadania brasileiras, além de sotaque mineiro. Ela ficou conhecida no mundo como Kat Hernandez de Euphoria, célebre série de adolescentes e uma das mais assistidas de todos os tempos da plataforma HBOMax. Cleide Kclock, correspondente da RFI em Los AngelesAgora, Barbie volta aos holofotes de forma ainda mais íntima e sensível em uma história que a toca pessoalmente. No novo filme "Um Pai para Lily" (Bob Trevino Likes It), dirigido por Tracie Laymon, a atriz vive a protagonista, uma jovem marcada por traumas, carências e em busca de afeto, num enredo inspirado na vida real da própria diretora.Tracie e Barbie conversaram com a RFI. A atriz fez questão de falar em português, sua primeira língua. A história da cineasta e da atriz se encontram, já que como a protagonista da trama, Barbie também cresceu com pai ausente.“A Tracie não queria que eu fizesse uma personagem igual a ela. Então, a gente falou muito das nossas famílias, nossos pais e tudo mais. Depois, criamos uma personagem completamente diferente, a Lily, que é nós duas e mais alguma coisa que eu nem sei o que é. Uma menina do Kentucky que não conhece ninguém e tem esses problemas", disse Barbie.Para Tracie Laymon, escolher Barbie não foi só uma decisão artística, foi instinto.“Eu tinha visto a Barbie em Euphoria e ela estava simplesmente incrível. A personagem dela em Euphoria é muito diferente da Lily, mas eu vi as emoções, eu vi a vulnerabilidade emocional, a autenticidade que ela trouxe para sua personagem. Ela tem tanto coração, é tão real, e eu sabia que precisaria disso. Eu vi depois "Desgrávida", um filme no qual ela está, vi o humor inteligente, a sagacidade dela naquele filme. Pensei, você não costuma encontrar essa gama toda na mesma artista e era tudo que eu precisava para esse papel. Ela é literalmente a única atriz no mundo que poderia interpretar Lily”, afirma Tracie.Na trama, a personagem de Barbie busca a validação e a atenção do pai, mas se decepciona a cada momento que tenta a aproximação. Ao procurar por ele nas redes sociais, acidentalmente começa uma conversa com outro homem com o mesmo nome: Bob Trevino.“Os brasileiros vão amar esse filme. Você vai chorar, vai rir, vai ver a Lily e vai se perguntar, porque ela está fazendo isso? Mas vai se reconhecer nela também”, completa Barbie.BrasilidadeAo longo das filmagens, Tracie também se aproximou do lado brasileiro da atriz: “Aprendi a dizer ‘obrigada’, ‘Olá’, e conheci a família, a mãe e a avó dela. Elas são maravilhosas! Trabalhar com Barbie foi tão especial que ainda estou processando tudo. Mal posso esperar pra ver o que ela vai fazer depois”.Apesar de ter nascido em Nova York, Barbie só aprendeu inglês quando entrou na escola e carrega consigo uma brasilidade que transborda em seu jeito de ser, de transmitir emoções e também de dar entrevista."Ser atriz é uma coisa que é tão brasileira pra mim. Minha mãe é uma mulher que para ela tudo é um teatro, ela é uma mulher que fala alto, que conversa, que tem uma personalidade forte. Então, pra mim, ainda criança, eu sabia que isso era uma coisa que eu podia fazer, podia falar, podia ser uma mulher que é poderosa, que fala o que está pensando. Elas sempre me ajudaram a ser atriz, minha mãe, minha avó também, minha tia, todas gostam de arte. Todas na minha família são mulheres fortes, quando entram em algum lugar todos vêem que estão lá. Então, assim, não sei falar porque meu português é ruim, mas just powerful ladies (apenas mulheres poderosas)", diz Barbie.Barbie, agora com 28 anos, começou a carreira ainda adolescente com campanhas para grandes marcas e editoriais que quebraram padrões, representando corpos e vozes muitas vezes marginalizados em Hollywood. Por causa de sua atuação como modelo plus size e ativista pela causa, entrou na lista das 30 adolescentes mais influentes do mundo da revista "Time" (em 2016), na qual foi reconhecida por seus esforços no movimento que promove a aceitação e o amor a todos os tipos de corpos.Mas a brasileira ganhou ainda mais destaque pelo papel de Kat, de Euphoria, em 2019. Ela participou das duas primeiras temporadas da série e não vai estar na terceira, prevista para estrear em 2026. Esteve também no elenco de "Não! Não Olhe!" (2022), filme de Jordan Peele, e "A Casa Mórbida" (2024).Em 2023 participou de uma campanha das sandálias Havaianas, no Rio de Janeiro e agora revelou à RFI um dos seus grandes sonhos.“Trabalhar no Brasil é a coisa que eu mais quero. Seria um sonho fazer um filme brasileiro. Queria muito atuar em português, vamos ver se esse sonho um dia se realiza"."Um Pai Para Lily" está em cartaz nos cinemas brasileiros e já chegou às plataformas nos Estados Unidos.
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