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  • Conduzidas por sambistas argentinos, rodas de samba do Brasil viram fenômeno musical em Buenos Aires
    Mar 2 2025
    Na Argentina, um fenômeno ganha força, sobretudo nesta época do ano: rodas de samba, típicas do Brasil, multiplicam-se pelo país. Já são 38 rodas, todas conduzidas por argentinos que cantam em português como se estivessem no Brasil. As apresentações acontecem também em bairros de Buenos Aires considerados berços do tango. Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos AiresArgentina. Buenos Aires. Samba. Quem acha que há algum erro nessa sequência, é porque não conhece um movimento que tem ganho, ano a ano, mais e mais adeptos: em toda a todo o país, já são 38 rodas de samba, metade delas em Buenos Aires.“Hoje podemos dizer que o movimento do samba em Buenos Aires é muito importante, e uma coisa notável é que a maioria das rodas de samba é conduzida por argentinos que gostaram de samba, que tiveram a oportunidade de entrar em contato com o ritmo”, explica à RFI Guillermo Schneider, integrante de duas rodas de samba, a “Bom Malandro” e a “Malandragem”, a primeira de argentinos, formada há 25 anos.Guillermo, já rebatizado Guilherme pelos amigos brasileiros, comete um pequeno erro: absolutamente todas as rodas de samba – em bom português – são lideradas por argentinos, assim como a grande maioria dos músicos. No público, os frequentadores conhecem as letras e têm samba no pé.“Eu estava de viagem pelo Brasil quando escutei, pela primeira vez, um grupo de três pessoas tocando samba ao vivo. Eu nem sabia o que era. Eu fiquei apaixonado. Me aproximei e lhes perguntei o que estavam fazendo. Quando me responderam que faziam samba, pensei que queria aprender", recorda Guilherme, sobre a sua viagem a Porto Seguro, em 1998. "Voltei a Buenos Aires e comecei a estudar. Com o passar do tempo, muitas pessoas que assistiam o nosso samba começaram a formar os seus próprios grupos, e colegas meus, professores de música, passaram o conhecimento adiante para muita gente”, descreve.Mestre RenatoPor trás de tantos músicos argentinos dedicados ao samba, há um brasileiro. O carioca Renato dos Santos chegou a Buenos Aires em 1992 e foi o primeiro brasileiro a revelar aos argentinos como fazer. Na época, não havia rodas conduzidas por argentinos. Hoje, não há mais brasileiros liderando rodas.Renato também foi mestre de Guilherme e continua a ensinar os truques. “Fui o primeiro brasileiro que inventou de dar oportunidade aos músicos argentinos para tocarem. Mas eu não gosto de falar isso, porque eu ensino, mas não sou professor teórico. Não me considero professor deles, mas fui considerado assim por eles", indica Renato à RFI. "Eu explicava: ‘não, esse instrumento se toca assim'. Outra coisa que eu fazia era o ritmo. Um, dois. Marcava o tempo para eles. Em vez de tocar assim, mostrava o ritmo e o tempo, coordenados”, recorda.Hoje, Renato dos Santos é o convidado ilustre de qualquer roda de samba em Buenos Aires. Considerado uma eminência do gênero, é chamado ao palco. Quando aparece entre o público, uma roda de sambistas o cerca.“Eles me fazem chorar. Muitas vezes, estão tocando em lugares importantes. Apareço como cliente, mas não me deixam pagar. Mas eu lhes digo que o que aprenderam comigo já passou. O pessoal não aceita”, emociona-se Renato.O samba e o TangoNão é a canção homônima de Caetano Veloso, mas poderia inspirar outra. Nesse movimento de argentinos que entram num mundo tipicamente brasileiro, como o do samba, existe outra curiosidade: várias apresentações dessas rodas de samba acontecem em bairros historicamente ligados ao tango. É quando a queixa do bandoneon vira o choro da cuíca.Nessa fusão cultural dos dois ambientes, algumas rodas de samba acontecem, por exemplo, a poucos metros da casa onde morou o mítico Carlos Gardel, ao lado de espaços de referência do tango e perto de salões da típica dança argentina. No Centro Cultural Macedônia, num dia se dança tango, no dia seguinte, samba. Esse é um dos palcos do Samba na Calçada, a mais raiz de todas as rodas na Argentina.O líder do Samba na Calçada é o argentino Cristian Mansilla, que bem podia ter estudado o bandoneon do tango, mas preferiu a percussão e cavaquinho do samba.“Tem um paralelismo entre o samba e o tango com base na sofrência. A sofrência na poesia é muito parecida tanto no samba, quanto no tango. A diferença está na música, na forma de lidar com essa sofrência. O tango é uma sofrência de morrer e a música acompanha esse sentimento”, aponta Cristian à RFI.“Já no samba as letras também têm essa sofrência, mas a música é para frente, do tipo ‘levanta, sacode a poeira e dá volta por cima’”, compara.Leia tambémFenasamba e Federação de Carnaval de Paris assinam parceria para promover samba e carnaval na FrançaEnergia vitalMas o que leva um argentino a escolher um ritmo brasileiro, tão distante da própria cultura? “O samba me escolheu”, corrige Cristian. “Foi o samba que me escolheu porque eu ...
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  • Após enchentes no RS, Internacional e River Plate promovem parceria solidária binacional fora dos gramados
    Nov 16 2024
    O Internacional, de Porto Alegre, e o River Plate, de Buenos Aires, trocaram a rivalidade do gramado pela união, por meio da solidariedade. As enchentes no Rio Grande do Sul motivaram as primeiras ações de ajuda dos argentinos aos gaúchos – e agora, os agradecidos torcedores do Internacional em Buenos Aires retribuem colaborando com um projeto social do River. A parceria prevê outros projetos no futuro. Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos AiresA partir da tragédia no Rio Grande do Sul, uma parceria solidária binacional foi criada entre os dois clubes. Todas as semanas, a gaúcha Marília Miños chega no final da tarde à histórica Praça de Maio, em Buenos Aires, com doações. São roupas e brinquedos a serem entregues a moradores de rua.Essa ação tem uma particularidade: Marília é torcedora e cônsul honorária do clube Internacional de Porto Alegre na cidade e retribui aos argentinos a ajuda que enviaram ao Brasil, após as chuvas que arrarasam cidades inteiras no seu estado natal. “O River abriu as portas do clube para guardar as primeiras doações. Então, como clube, nós viemos todas as sextas-feiras aqui à Praça de Maio para ajudar, servir, colaborar com a rede solidária, um projeto do River. É uma ajuda mútua entre clubes vermelho e branco”, explica Marília à RFI.Em maio, no auge da tragédia, o River Plate ofereceu as suas instalações para guardar as primeiras 17 toneladas de donativos que partiram de caminhão para o Rio Grande do Sul. Daquela campanha, promovida pelos torcedores do Internacional, participou também a chamada Rede Solidária, uma associação de voluntários em ajudas sociais, da qual também faz parte o próprio River Plate.Em julho, um segundo caminhão com cinco toneladas partiu com materiais de limpeza, higiene pessoal e cobertores de Buenos Aires a Porto Alegre. Essas doações foram de empresas argentinas, coordenadas pelo River Plate.“Essa campanha é um pontapé inicial: o objetivo é continuar colaborando juntos, já que a união faz a força. E, nesse caso, não temos rivalidade. Estamos juntos e todos ganhamos”, aposta Marília.Leia tambémComo as enchentes no RS impactam na economia de todo o BrasilColorados agradecidosÀ medida que a noite cai, outros torcedores do Internacional chegam à Praça de Maio para ajudar. Além de trazerem mais doações, eles auxiliam na distribuição de refeições para centenas de pessoas, que todos os dias vêm ao local para se alimentar.O gaúcho Majdy Nasser tem uma dupla razão para ser solidário: além de torcedor do Internacional, é estudante de Medicina em Buenos Aires. “São duas retribuições que eu tenho aqui: uma, por parte da campanha que eles abraçaram junto com a gente, de ajuda ao Rio Grande do Sul; outra, pelo fato de os argentinos possibilitarem a minha formação como médico", disse. "É o mínimo que eu posso fazer a esse povo argentino, que me acolheu nestes 10 anos que eu estou aqui, e que acolheu o Rio Grande do Sul no momento que eles precisaram”, descreve Majdy à RFI.Essas retribuições têm ainda mais valor diante do quadro social que a Argentina tem enfrentado. “A gente não esperava, na nossa campanha para o Rio Grande do Sul, tanta ajuda de um povo que têm uma situação econômica meio complicada. A gente procura ajudar essas pessoas em situação de rua. E ainda mais tendo o Inter, o chamado ‘clube do povo’, como base”, observa.“Como futuro médico, mais do que nunca, tenho a visão de ajudar o próximo, seja salvando, seja protegendo vidas. É isso o que fazemos aqui: protegemos vidas”, ressalta Majdy Nasser, quem também concede assistência médica.Aliança solidáriaA aliança fora dos campos de futebol entre o Internacional de Porto Alegre e o River Plate não surgiu agora. A inspiração para uma parceria social nasceu em 2019. Naquele inverno, o River abriu as portas do estádio para tirar moradores de rua do frio intenso. Em Porto Alegre, inspirado nesse exemplo, o Inter fez o mesmo.Cinco anos depois, a tragédia no Rio Grande do Sul levou os dois clubes a trocarem rivalidade por solidariedade. Felipe Llorente é secretário-geral da Fundação River Plate e sabe que, a partir de agora, se precisarem, os argentinos vão poder contar com a ajuda dos gaúchos.“Essa aliança como o Internacional, através do Consulado do Inter em Buenos Aires, faz parte de uma visão comunitária do River. Para nós, o povo irmão do Rio Grande do Sul, a cidade de Porto Alegre, os queridos irmãos da República Federativa do Brasil fazem parte também da comunidade na qual o River tenta se inserir”, indica Felipe Llorente à RFI.“Temos certeza que, daqui para frente, sempre vamos contar com os amigos do Internacional de Porto Alegre, com os quais temos uma história e uma rica tradição no futebol, com muitos enfrentamentos no campo de jogo, mas com uma amizade fora do jogo, com um relacionamento que vai continuar no futuro”, ...
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  • Clube de Mulheres de Negócios em Língua Portuguesa inaugura núcleo na Cidade do México.
    Aug 13 2023
    O projeto, fundado em março de 2020, em Portugal, para promover o intercâmbio empresarial entre mulheres empreendedoras e profissionais autônomas que falam português, já está presente em quatro continentes. Larissa Werneck, correspondente da RFI no MéxicoCriado pela brasileira Rijarda Aristóteles, que mora em Portugal desde 2014, o Clube de Mulheres de Negócios em Língua Portuguesa começou reunindo executivas e estudantes universitárias que falam português em encontros presenciais, em Lisboa, para aumentar suas possibilidades de venda de produtos e serviços para promover a liberdade financeira, principalmente entre as estrangeiras que moravam no país. No entanto, com a pandemia da Covid-19, assim como a vida de todas as mulheres, o clube também ganhou um novo significado.“Unir mulheres empresárias, empreendedoras e profissionais liberais em torno de uma rede de network que pudesse conectar mulheres de várias partes do mundo unidas pela língua portuguesa. E por que a língua portuguesa? Porque além de ser uma das línguas mais lindas de todos os tempos e além dela ser a quarta, quinta, mas falada no mundo, ela traz possibilidades de criatividade e inovação ao Brasil.”, explica a fundadora Rijarda Aristóteles.No mesmo ano, Rijarda deixou a carreira acadêmica para realizar o seu propósito.“Resolvi investir e focar em algo que começou a fazer muito sentido, que foi exatamente criar uma plataforma de network com foco em resultados positivos, ou seja, o nosso negócio é um dos primeiros aqui em Portugal que tem na sua constituição ser um negócio de impacto social positivo. Então eu criei essa plataforma, comecei a conversar com algumas amigas, porque a gente tem que lançar mão de amigas no primeiro momento, e aí tive a minha primeira embaixadora no Brasil e a segunda aqui em Portugal. E aí nós começamos a construir esse movimento.”, diz ela.Após três anos de fundação, os resultados são muito positivos. Atualmente, são duzentas e quarenta embaixadoras, presentes em doze países, além de mais de quatrocentas empreendedoras que passaram pelo Programa Empreender Feminino, que promove formação teórica e prática, de maneira virtual, em aulas ao vivo e acesso a conteúdos gravados. Além disso, com o fim da pandemia, os ambientes de negócio e de capacitação proporcionados pelo clube já voltaram a ser, também, presenciais. Este ano, mais de 500 mulheres, de diferentes nacionalidades que falam português, se reuniram durante dois dias na cidade de Fortaleza, no Ceará, durante a segunda edição do Conecte-se, um evento de capacitação e networking que contou também com uma feira de produtos e serviços.Português como língua francaNesta semana, o Clube de Mulheres de Negócios em Língua Portuguesa ganhou mais um núcleo na América Latina: o México. A primeira reunião foi realizada na última quinta-feira, na Cidade do México. Segundo a embaixadora do grupo no país, Lilia Lustosa, um dos objetivos do núcleo mexicano é ampliar a presença do clube em outras cidades para que as empresárias possam, além de gerar negócios dentro México, expandir para outros continentes.“Não precisa ser brasileira, nem portuguesa, nem moçambicana, mas precisa falar português, pode ser mexicana falando português, pode ser de qualquer nacionalidade. Então se você quer fazer negócio com Portugal, você não precisa ir para Portugal abrir uma empresa, você vai arrumar um colaborador, uma parceira, você vai fazer um contrato com ela ou um acordo que seja. Mas você não precisa estar lá e você vai conseguir vender seu produto em Portugal ou onde quer que seja, porque o clube já está em doze países, então de cara já são doze países onde você pode fazer negócio, além do México”, explica Lilia.O Clube de Mulheres de Negócios em Língua Portuguesa permite a participação de todas as mulheres que tenham negócios juridicamente constituídos ou em vias de constituição.Maria Teresa Dória, que trabalha há 25 anos como estrategista de expansão de mulheres empreendedoras, participou do primeiro encontro do clube no México. Ela mora no país há um ano e meio e pretende se unir a essa rede internacional, principalmente devido à conexão que o idioma pode gerar.“Já existem em outros segmentos trabalhando com mulheres, mas realmente ficou claro para mim que o objetivo desse clube é diferente. Ele mostra mulheres com o interesse em um momento da vida de mais de quarenta anos que eu acho interessante. Então você já tem um núcleo de mulheres especificamente numa outra fase da vida que, além da vontade de trabalhar e de empreender e de prosperarem nos próprios negócios, tem essa aproximação imediata. E, além disso, a forma delas estarem unidas pela mesma língua tem uma parte cultural fundamental que muitas vezes a gente não percebe e desconhece, mas que nos une imediatamente.”, diz Tereza.
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  • Embaixada do Brasil no México inaugura o Instituto Guimarães Rosa
    Jul 16 2023
    Atualmente, existem 24 unidades do Instituto Guimarães Rosa no exterior, sendo 13 na América Latina e no Caribe, seis na África, três na Europa e duas no Oriente Médio. A nova unidade faz parte de um projeto do Itamaraty de unificação dos centros culturais do Brasil, que tem o objetivo de integrar a política cultural brasileira, estimular o intercâmbio e ampliar a difusão da língua portuguesa na sua variante brasileira. Larissa Werneck, correspondente da RFI na Cidade do México João Guimarães Rosa foi médico, escritor e diplomata. Reconhecido como um dos principais nomes da literatura brasileira por sua narrativa e linguagem inovadoras, é autor de grandes obras como "Grande Sertão: Veredas". O escritor, que neste ano completaria 115 anos de nascimento, foi o escolhido pelo Itamaraty, em 2021, para dar nome ao então Departamento de Cultura, em Brasília. A partir dessa mudança, todos os centros culturais que o Itamaraty têm ao redor do mundo passaram a se chamar Instituto Guimarães Rosa.Gustavo Raposo, chefe do setor educacional da Embaixada do Brasil no México, explica que a mudança consolida o entendimento que o Itamaraty tem sobre a importância da língua portuguesa para a integração latino-americana.“Essa unificação ocorre em torno de Guimarães Rosa que, além de escritor, teve um papel importantíssimo na Segunda Guerra Mundial, quando atuava no Consulado em Hamburgo, salvando muitas vidas. Então, é a partir desse personagem tão rico que queremos unificar nossa proposta de estimular o conhecimento da língua portuguesa. De Brasília são enviadas as diretrizes para essa rede de institutos, e aqui no México a gente parte de uma experiência bem-sucedida de outros países para, justamente, dar mais força para a promoção da cultura brasileira no exterior, principalmente o idioma”, diz Gustavo. Além de aulas de português na sede, que fica no bairro de Polanco, na Cidade do México, o Instituto Guimarães Rosa realiza exames de proficiência da língua portuguesa, além de projetos para estimular o conhecimento sobre o idioma. “Nós temos oito cátedras em universidades mexicanas e estamos trabalhando para criar uma rede e ampliar o número de cátedras. Dessa maneira, crescem as sinergias e a colaboração. A ideia é criar uma plataforma onde as pessoas possam ter acesso à programação dessas cátedras e que elas possam também contar com a coordenação da Embaixada. Também vamos retomar o BraMex, um programa de intercâmbio para alunos de graduação. A gente acredita firmemente nos laços humanos, além do laço acadêmico, que se cria com o intercâmbio. E essa é uma parte muito importante da relação bilateral”, acrescenta o chefe do setor educacional.Promoção cultural Além de impulsionar o ensino da língua portuguesa e de ser um centro de estudos do idioma, o Instituto Guimarães Rosa tem o objetivo de promover a cultura nacional. A partir de agora, todas as atividades apoiadas pelas embaixadas brasileiras levarão o selo do Instituto. De acordo com Rodrigo Almeida, conselheiro e chefe do setor cultural da Embaixada do Brasil no México, ambos países passam por um momento importante de retomada de vínculos e de projetos bilaterais em diferentes áreas. Em abril, o então Secretário de Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, e o Ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se encontraram na Reunião da Comissão Binacional México-Brasil, na Cidade do México. A partir desse encontro foi produzido um comunicado conjunto sobre projetos que devem ser realizados em parceria.“Mais de um terço desse documento diz respeito a atividades culturais, o que dá uma dimensão da importância que esse setor tem para os dois países. A principal novidade é a criação do Ano Dual, que significa que será um ano do Brasil no México e, ao mesmo tempo, um ano do México no Brasil, em função dos 190 anos de estabelecimento de relações diplomáticas", explica."As comemorações já começam nesse segundo semestre e vão até o ano 2024. É um momento de muita satisfação para ambos os povos porque a gente tem muita coisa em comum, mas a gente precisa também se conhecer mais e, por isso, teremos também atividades mexicanas no Brasil, para o público brasileiro conhecer mais sobre a cultura do México também”, explica o diplomata.Semana do Cinema BrasileiroEntre as atividades culturais programadas para este ano está a Semana de Cinema Brasileiro, que estreia no dia 18 de julho na Cineteca Nacional do México. Está prevista, também, uma exposição fotográfica de artistas brasileiros na avenida Paseo de la Reforma, uma das principais da capital mexicana. Além disso, segundo Rodrigo, será lançada uma coleção de livros exclusiva de escritores brasileiros. “A coleção vai se chamar Vitória Régia e está sendo feita em aliança com a Editora Elefante, uma editora mexicana importante. Vamos estar também na ...
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  • “Páginas Verde e Amarelas”: conheça o guia de empreendedores brasileiros em Madri
    May 7 2023
    Se um brasileiro chega a Madri, seja para passar uma longa temporada ou para viver por tempo indefinido, é bem provável que, cedo ou tarde, ele comece a sentir falta de coisas que só tinha no Brasil. Pensando nesse público que carrega a saudade de casa, a associação sem fins lucrativos Mulheres do Brasil – Núcleo Madrid lançou o guia “Páginas Verde e Amarelas”, em parceria com o Consulado-Geral do Brasil. Ana Beatriz Farias, correspondente da RFI em MadriO catálogo tem o intuito de fortalecer a rede de brasileiros que vendem produtos ou ofertam serviços na capital espanhola. Por isso, é possível encontrar na lista os contatos de empreendedores de diversas áreas, desde fornecedores de doces e salgados brasileiros até autores de obras de arte, revendedores de acessórios, ligerie e óleos essenciais. Estão incluídos serviços, como tratamentos de saúde ou estética, consultoria jurídica, atividades domésticas e música ao vivo, entre outras ofertas.“É um grande apoio, principalmente para esses núcleos que estão fora do Brasil”, diz Andréa Canone, uma das líderes do núcleo madrilenho do grupo Mulheres do Brasil. “No nosso país, a gente já sabe mais ou menos onde tem que comprar isso, onde tem que comprar aquilo. Quando você chega num país novo, fica super perdido no começo. Você não vai comprar o polvilho em qualquer lugar ou, sei lá, o feijão, que você gosta, é diferente aqui”, explica Andréa. Na apresentação do “Páginas Verde e Amarelas”, agora disponível na internet, já está o aviso: brasileiros que estiverem interessados em anunciar produtos ou serviços no catálogo podem fazê-lo de forma gratuita. Basta se inscrever. A ideia é que cada vez mais pessoas possam ter uma boa experiência.No final de 2021, Larissa Alff abriu, em Madri, uma empresa de marketing com outra brasileira, Elisa Portugal. Estar em contato com membros da associação Mulheres do Brasil fez toda a diferença naquele momento.“Quando a gente abriu a empresa, as meninas do grupo Mulheres do Brasil e do “Páginas Verde e Amarelas” já começaram a perguntar sobre o nosso trabalho. O que eu acho legal desse grupo é que quando alguém precisa de alguma coisa vai primeiro procurar ali”, conta Larissa.A empreendedora diz que, antes mesmo de criar o nome da sua empresa, já surgiu uma demanda por parte da rede brasileira. “Porque uma quer apoiar a outra, a gente quer se valorizar. Então, se a gente precisa de um pão de queijo ou de um bolo de aniversário, a gente vai no “Páginas Verde e Amarelas”, vê no grupo quem é que tem aquele serviço ou produto, para só depois procurar fora”, disse Larissa à RFI. O projeto do catálago nasceu de um grupo criado no WhatsApp pelo núcleo de Madri da associação Mulheres do Brasil, que já reunia tanto empreendedores brasileiros que vivem em solo madrilenho quanto aqueles que sentem falta dos produtos da terrinha e queriam saber de quem comprar. Com o tempo, os laços vêm sendo fortalecidos e novos contatos profissionais são feitos dia a dia.Segundo Andréa Canone, quando a ideia de conectar empreendedores brasileiros surgiu, as voluntárias do Mulheres do Brasil começaram a telefonar para possíveis interessados incentivando a participação no projeto. Rapidamente, formou-se uma lista de 100 pessoas. A partir de então, as organizadoras decidiram esquematizar os contatos e criar o guia. Quando a notícia chegou às redes sociais, o plano se consolidou por completo. “Depois do lançamento a gente teve muita procura”, comenta Andréa.Cartilha de direito da mulher Antes de criar o catálogo “Páginas Verde e Amarelas”, o núcleo de Madri do grupo Mulheres do Brasil lançou a cartilha “Dignidade, proteção e apoio à mulher brasileira na Espanha”, com informações sobre violência de gênero, guarda e tutela de menores e serviços de apoio. A publicação é, na verdade, a reedição de um texto que estava disponível no Consulado Brasileiro em Madri, como explica a advogada e colíder do comitê de direito da mulher, Thaís de Camargo Rodrigues. O documento requeria uma atualização que foi realizada pelas brasileiras. "A gente atualizou toda a lista dos órgãos de suporte de Madri e também alguma coisa de Barcelona. Colocamos as diferenças dos dois Consulados, quem atende a que parte da Espanha. A gente queria que a mulher que lesse o texto soubesse onde buscar ajuda”, diz Thaís.O núcleo madrilenho do grupo Mulheres do Brasil foi fundado em 2019 e, desde então, vem expandindo suas atividades. Um segundo núcleo atua em Barcelona. As participantes se dividem em comitês que abrangem as áreas de cultura, educação, direito da mulher, empreendedorismo, carreiras e comunicação. Elas promovem encontros para fortalecer as redes profissionais, sessões de leitura de histórias para crianças, grupos de conversação para quem está aprendendo o espanhol e orientação jurídica. O ...
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  • Patrícia Bastos leva canções e ritmos da Amazônia a festival no México
    Oct 22 2022

    A cantora brasileira Patrícia Bastos participa da 50ª edição do Festival Cervantino, em Guanajuato, no México. O evento, que reúne nomes nacionais e internacionais da música, do teatro, da dança, das artes plásticas e da literatura, vem se consolidando como um dos mais importantes da América Latina e do mundo. No show do próximo dia 28 de outubro, a cantora apresentará ao público mexicano canções que reúnem ritmos, cantos populares e histórias da região amazônica.

    Larissa Werneck, correspondente da RFI no México

    Nascida no Amapá, Patrícia Bastos começou a cantar profissionalmente aos 18 anos. Desde o início da carreira, sua música é marcada pela união de ritmos afrodescendentes, como o batuque e o som do marabaixo, uma das principais manifestações culturais e folclóricas do norte do Brasil. E é com essa mistura musical popular que a cantora pretende encantar o público mexicano.

    “Essa é minha primeira apresentação no México e eu estou muito ansiosa para participar do Festival Cervantino, já que é uma grande oportunidade de mostrar a cultura de um lugar tão distante para os mexicanos que é o Amapá, na Amazônia. Eu espero subir no palco e dar o recado com os nossos tambores e marabás, com a nossa música da Linha do Equador, que é tão alegre”, diz Patrícia.

    Repertório dos shows inclui o zouk, ritmo popular nas fronteiras do norte brasileiro

    Para atrair ainda mais o público latino, Patrícia Bastos incluiu o zouk no repertório dos shows que realizará no México. Além da apresentação no Festival Cervantino, ela fará apresentações em Puebla e na Cidade do México, onde contará com a participação especial da cantora cubano-mexicana Leiden.

    “Esse intercâmbio de culturas é muito importante. Apesar de só conhecer a Leiden à distância, eu sou muito fã do trabalho dela. Trocamos muitas mensagens até escolhermos as músicas da nossa apresentação. E a música mexicana é muito contagiante também, repleta de histórias bonitas e interessantes, assim como a nossa música. Eu acho que nosso encontro nos palcos será muito bonito”, completa a cantora amapaense.

    Brasil tem histórico de participações no Festival de Guanajuato

    A 50ª edição do Festival de Guanajuato vai até o dia 30 de outubro. Ao longo dos últimos anos, a participação brasileira tem sido marcante, como explica Gustavo Raposo, chefe do setor cultural da Embaixada do Brasil no México, que está apoiando a vinda da cantora.

    “Para a gente, é muito importante participar do Festival Cervantino pela sua história e pela sua importância para a cultura. Trouxemos artistas de diferentes vertentes musicais, como Chico César, que participou de maneira virtual em 2021. Tivemos também a Dona Onete, do Pará, em 2019, e Yamandú Costa, em 2018. São atrações muito diversas musicalmente, e dessa maneira mostramos que o Brasil tem muito a oferecer. E este ano, nós estamos muito felizes com a vinda da Patrícia Bastos, e a apresentação dela nos enche de alegria”, afirma Gustavo.

    Indicação ao Grammy Latino em 2017

    A mescla de ritmos amazonenses rendeu a Patrícia várias premiações. Além disso, ela foi indicada ao 18º Grammy Latino, em 2017, na categoria Melhor Álbum de Raízes Brasileiras com Batom Bacaba, uma produção realizada em parceria com Dante Ozzetti e Du Moreira.

    “Conseguir chegar a uma premiação desse porte é muito importante para anunciar o que se faz e ao que se propõe a música da Amazônia produzida no Amapá. Ser indicada nessa categoria é um prêmio de reconhecimento do que venho fazendo ao longo dos anos, uma música identitária ancorada na tradição, com arranjos contemporâneos, que ajuda a escrever a identidade cultural do meu país. Isso me enche de alegria e reforça o papel da arte e do artista.”, celebra a cantora.

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  • No território do Xingu, indígenas se sentem abandonados pelo governo brasileiro
    Oct 15 2022
    Mais vulneráveis às doenças das cidades e morando em regiões de difícil acesso, a saúde dos indígenas da Amazônia é muito frágil. No parque indígena do Xingu, o maior território protegido do Brasil, vivem 16 povos diferentes. Nos últimos anos, eles também sofrem dos efeitos do desmatamento e das mudanças climáticas. Sarah Cozzolino, correspondente da RFI no Brasil.Camila é atendida sobre uma cama ginecológica improvisada na aldeia indígena Waura. Ela sente uma dor na barriga há dois anos, desde que ela toma um remédio para não menstruar, pois ela é um dos médicos tradicionais da aldeia. "A gente tem cigarro para curar a pessoa que está doente", explica Camila. "O espírito fala qual é a dor que ele está sentindo, qual espírito que tá fazendo mal a ele", completa.Camila é um dos 6 pajés da sua aldeia, no parque indígena do Xingu, no Mato Grosso. Para os indígenas, existem vários tipos de médicos tradicionais : os pajés, como Camila, que se comunicam com os espíritos, e os raizeiros, especialistas em chás a base de ervas e raízes. Durante a pandemia de Covid-19, esses médicos tradicionais foram muito solicitados, como explica Caio Machado, presidente e co-fundador da ONG Doutores da Amazônia : "eles começaram a usar a medicina tradicional deles, como um chá que eles tomam. Uma coisa que chamou muito a nossa atenção é que naquela região há cerca de 10.000 indígenas e eles tomaram esse chá. E desses 10.000 indígenas, morreram 2 indígenas. Até os não indígenas estavam começando a tomar esse chá. Isso quer dizer o que? Que a medicina tradicional é muito forte!", avalia.Apesar das recomendações de isolamento social para lutar contra a propagação da covid-19, os indígenas conservaram a sua forma de vida em coletividade. "Quando a Covid-19 chegou, veio a medida de fora, dizendo para separar… Mas não teve jeito", lembra Tapi Yawalapiti. "Não tem como a gente quebrar nossa organização social, de ficar longe da família… Então foi muito difícil para a gente adaptar uma regra que veio lá da cidade, dentro da aldeia". O cacique Yawalapiti é filho do antigo cacique Aritana, grande líder da luta indígena do Xingu, que morreu em 2020, vítima da pandemia. Nessas regiões isoladas, o acesso aos atendimentos especializados pode ser muito complicado e os hospitais ficam fora do território indígena, a várias horas de carro. Por isso, a ação anual da ONG "Doutores da Amazônia" é muito necessária : os indígenas conseguem ter acesso a dentistas, ginecologistas e oftalmologistas, entre outros. "Sofremos muito preconceito e discriminação racial na cidade, então às vezes a gente não é bem-vindo nos hospitais, lamenta o cacique. A gente é esquecido, abandonado no hospital. Então, aqui, todo mundo tá muito feliz, os médicos atendendo… e as pessoas voltando para suas aldeias muito felizes. Então isso é muito importante. E uma vantagem em comparação com o atendimento da cidade", diz o cacique.Alerta para mudanças climáticasTapi Yawalapiti observa com apreensão a grama queimada de sol, no pólo Leonardo Villas-Bôas, onde acontecem os atendimentos da ONG. É a época das queimadas, e o cacique está cada vez mais preocupado com a mudança climática na Amazônia. "Nós que moramos na floresta, sabemos cuidar da floresta, sabemos cuidar do rio, sem poluir, acredita Tapi. Mas a gente esta notando que o tempo mudou. Então hoje, se você tacar fogo aqui, vai embora, perde controle. Na década de 1990, não tinha isso. Então hoje a gente tem que ter muito controle de queimada, muito", afirma.O desmatamento é visível nas fronteiras do parque. Na estrada, da capital de Goiânia até a entrada do Xingu, é necessário atravessar hectares e hectares de plantações de milho e soja. "Tem onze municípios em volta do nosso território", explica Iakari Kuikuro. "Estão derrubando muitas árvores, mato, para plantar soja, arroz, e muito mais… Eu estou muito preocupado com o futuro", diz. Ao pensar na situação, Iakari Kuikuro não consegue reter as lágrimas. "Daqui para frente, como que a gente vai reagir contra esse crescimento dos municípios em volta do nosso território?", pergunta o indígena. "Hoje em dia, a gente está recebendo muita pressão. Esse nosso território ficou como se fosse uma ilha de floresta… Por isso que estamos lutando para fazer cerca", acrescenta.Segundo uma pesquisa do instituto Imazon, entre agosto de 2021 e julho de 2022, o desmatamento na Amazônia foi o maior dos últimos 15 anos, com 10.781 km quadrados devastados, o equivalente a sete vezes a cidade de São Paulo. "Com esse governo atual, nosso território é ameaçado", reclama Tapi Yawalapiti. "Toda a terra da população indígena do Brasil está ameaçada. Então, nossa luta é isso : enfrentar o projeto de lei que o governo sempre vem lançando contra os direitos indígenas. Então isso deixa a gente preocupado. E a gente ...
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  • Panamá: Inflação, corrupção e escassez de alimentos motivam protestos, relata brasileira
    Jul 30 2022
    “Buenos días, Panamá!” É da varanda com vista para a Cidade do Panamá que todos os dias a goiana Viviane Naves saúda seus seguidores de uma rede social. Deste ponto privilegiado da capital panamenha ela usa o humor para se conectar com o país onde chegou em 2020, em plena pandemia da Covid-19. Também é de lá que agora ela acompanha as manifestações que, nas últimas semanas, vêm agitando este país da América Central. Por Elianah Jorge, correspondente da RFI em CaracasA insatisfação que tomou conta das ruas de diversas regiões e da capital panamenha começou a ser sentida logo após o fim do confinamento e foi motivada principalmente pelo alto custo de vida. “Após esse período de euforia por recuperar a vida normal do cotidiano, começou essa sensação de que tudo estava caro, da falta de alimentos nos supermercados pela dificuldade de chegar [a mercadoria aos estabelecimentos]. Havia uma sensação de dificuldade de trabalho, das pessoas conseguirem dinheiro”, ela lembra.Neste país onde o Produto Interno Bruto (PIB) per capta é de US$ 14,5 mil, de acordo com o Banco Mundial, o desemprego chega a 10% e a informalidade gira em torno de 50%, informa a Contraladoria Geral do Panamá. E com a economia dolarizada, o custo de vida é bastante alto. “A comida aqui é muito cara. O custo de vida no Panamá é bem caro. Isso me assustou muito no início. Desde o início eu sentia essa preocupação [por parte do povo].”O recente fenômeno da inflação no Panamá fez com que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) chegasse a 5,2% em junho deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. A taxa pode ser moderada se comparada com a de outros países, mas vem pesando no bolso das famílias. A alta mais significativa foi a de 40% no preço da gasolina durante o primeiro semestre de 2022.“O que eu vejo que deixa mais cara a condição de vida é a comida e os remédios. Então veio a guerra na Ucrânia e o preço da gasolina aumentou muito por aqui, de uma hora para outra. Isso foi muito forte”, destaca Viviane.IndígenasPor causa da distância entre as zonas agrícolas e as cidades de médio e grande portes, o preço do combustível, que não é produzido no Panamá, gerou um efeito dominó. “Tudo ficou mais caro ainda porque muitos alimentos vêm de caminhão da região de Chiriqui (a cerca de 420 km da Cidade do Panamá), onde há produção de café e de muitos tipos de produtos. Tudo ficou mais caro e isso também pesou muito para os produtores.”Uma das principais forças desses protestos sãos os indígenas, muitos deles detentores de terras em determinadas áreas do Panamá. Ao lado dos produtores de alimentos, eles têm sido a principal pedra no sapato do governo de Laurentino Cortizo.Por causa da pressão social, o presidente, que chegou ao poder em julho de 2019, decidiu congelar em US$ 3,25 (cerca de R$ 16) o preço do galão da gasolina, que antes chegou a custar US$ 5. Junto com o anúncio feito nesta terça-feira (26) estão subsídios a outros produtos, como o arroz e o atum.Os sindicatos e outras associações não ficaram satisfeitos com as medidas. Eles também pedem a redução do preço dos alimentos, energia, remédios, e o aumento do orçamento da Educação, além do combate à corrupção, o que continua motivando os protestos. As perdas estimadas por causa das manifestações e paralisações das últimas semanas superam a quantia de US$ 500 milhões.“Da [minha] varanda dá para ver os protestos. Eu vi o caminho que eles [os manifestantes] estavam fazendo e desci para me juntar ao protesto. Foi quando eu encontrei o humorista Kenny Dancer, que faz muito sucesso aqui com a personagem ‘La Ministra’”, conta a ex-fisioterapeuta que agora trabalha como tradutora e produtora de conteúdo.“São pessoas que estavam com muita raiva principalmente pela corrupção que existe dentro do Panamá, dos partidos políticos. Nos protestos as pessoas reclamavam muito dos subsídios que os políticos têm até para bebidas alcoólicas. Eles recebem garrafas de rum! Esse tema foi muito forte dentro dos protestos”, ela explica.CorrupçãoAlém de ser um paraíso fiscal, o Panamá também carrega outra fama: a de ser um dos países mais corruptos do mundo. Em 2016, a investigação jornalística intitulada de Panama Papers denunciou um gigantesco esquema de corrupção articulado pelo escritório de advocacia Mossack Fonseca, então sediado na capital panamenha, junto a governos, autoridades e empresas de todo o mundo.Apesar das medidas e do início dos diálogos do governo com os grupos de opisição, ainda há manifestações no país. “Os protestos ainda continuam, mas não tem mais bloqueios de estradas. Houve um acordo com o governo na última mesa de diálogo. Alguns itens básicos, 72 de uma lista proposta ao governo, ainda não foram aprovados. Então eles ainda estão brigando, mas as principais vias não estão mais fechadas. Já está ...
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