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Reportagens de nossos correspondentes na região sobre fatos políticos, sociais, econômicos, científicos ou culturais, ligados à realidade local ou às relações dos países com o Brasil.

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  • Conduzidas por sambistas argentinos, rodas de samba do Brasil viram fenômeno musical em Buenos Aires
    Mar 2 2025
    Na Argentina, um fenômeno ganha força, sobretudo nesta época do ano: rodas de samba, típicas do Brasil, multiplicam-se pelo país. Já são 38 rodas, todas conduzidas por argentinos que cantam em português como se estivessem no Brasil. As apresentações acontecem também em bairros de Buenos Aires considerados berços do tango. Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos AiresArgentina. Buenos Aires. Samba. Quem acha que há algum erro nessa sequência, é porque não conhece um movimento que tem ganho, ano a ano, mais e mais adeptos: em toda a todo o país, já são 38 rodas de samba, metade delas em Buenos Aires.“Hoje podemos dizer que o movimento do samba em Buenos Aires é muito importante, e uma coisa notável é que a maioria das rodas de samba é conduzida por argentinos que gostaram de samba, que tiveram a oportunidade de entrar em contato com o ritmo”, explica à RFI Guillermo Schneider, integrante de duas rodas de samba, a “Bom Malandro” e a “Malandragem”, a primeira de argentinos, formada há 25 anos.Guillermo, já rebatizado Guilherme pelos amigos brasileiros, comete um pequeno erro: absolutamente todas as rodas de samba – em bom português – são lideradas por argentinos, assim como a grande maioria dos músicos. No público, os frequentadores conhecem as letras e têm samba no pé.“Eu estava de viagem pelo Brasil quando escutei, pela primeira vez, um grupo de três pessoas tocando samba ao vivo. Eu nem sabia o que era. Eu fiquei apaixonado. Me aproximei e lhes perguntei o que estavam fazendo. Quando me responderam que faziam samba, pensei que queria aprender", recorda Guilherme, sobre a sua viagem a Porto Seguro, em 1998. "Voltei a Buenos Aires e comecei a estudar. Com o passar do tempo, muitas pessoas que assistiam o nosso samba começaram a formar os seus próprios grupos, e colegas meus, professores de música, passaram o conhecimento adiante para muita gente”, descreve.Mestre RenatoPor trás de tantos músicos argentinos dedicados ao samba, há um brasileiro. O carioca Renato dos Santos chegou a Buenos Aires em 1992 e foi o primeiro brasileiro a revelar aos argentinos como fazer. Na época, não havia rodas conduzidas por argentinos. Hoje, não há mais brasileiros liderando rodas.Renato também foi mestre de Guilherme e continua a ensinar os truques. “Fui o primeiro brasileiro que inventou de dar oportunidade aos músicos argentinos para tocarem. Mas eu não gosto de falar isso, porque eu ensino, mas não sou professor teórico. Não me considero professor deles, mas fui considerado assim por eles", indica Renato à RFI. "Eu explicava: ‘não, esse instrumento se toca assim'. Outra coisa que eu fazia era o ritmo. Um, dois. Marcava o tempo para eles. Em vez de tocar assim, mostrava o ritmo e o tempo, coordenados”, recorda.Hoje, Renato dos Santos é o convidado ilustre de qualquer roda de samba em Buenos Aires. Considerado uma eminência do gênero, é chamado ao palco. Quando aparece entre o público, uma roda de sambistas o cerca.“Eles me fazem chorar. Muitas vezes, estão tocando em lugares importantes. Apareço como cliente, mas não me deixam pagar. Mas eu lhes digo que o que aprenderam comigo já passou. O pessoal não aceita”, emociona-se Renato.O samba e o TangoNão é a canção homônima de Caetano Veloso, mas poderia inspirar outra. Nesse movimento de argentinos que entram num mundo tipicamente brasileiro, como o do samba, existe outra curiosidade: várias apresentações dessas rodas de samba acontecem em bairros historicamente ligados ao tango. É quando a queixa do bandoneon vira o choro da cuíca.Nessa fusão cultural dos dois ambientes, algumas rodas de samba acontecem, por exemplo, a poucos metros da casa onde morou o mítico Carlos Gardel, ao lado de espaços de referência do tango e perto de salões da típica dança argentina. No Centro Cultural Macedônia, num dia se dança tango, no dia seguinte, samba. Esse é um dos palcos do Samba na Calçada, a mais raiz de todas as rodas na Argentina.O líder do Samba na Calçada é o argentino Cristian Mansilla, que bem podia ter estudado o bandoneon do tango, mas preferiu a percussão e cavaquinho do samba.“Tem um paralelismo entre o samba e o tango com base na sofrência. A sofrência na poesia é muito parecida tanto no samba, quanto no tango. A diferença está na música, na forma de lidar com essa sofrência. O tango é uma sofrência de morrer e a música acompanha esse sentimento”, aponta Cristian à RFI.“Já no samba as letras também têm essa sofrência, mas a música é para frente, do tipo ‘levanta, sacode a poeira e dá volta por cima’”, compara.Leia tambémFenasamba e Federação de Carnaval de Paris assinam parceria para promover samba e carnaval na FrançaEnergia vitalMas o que leva um argentino a escolher um ritmo brasileiro, tão distante da própria cultura? “O samba me escolheu”, corrige Cristian. “Foi o samba que me escolheu porque eu ...
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  • Após enchentes no RS, Internacional e River Plate promovem parceria solidária binacional fora dos gramados
    Nov 16 2024
    O Internacional, de Porto Alegre, e o River Plate, de Buenos Aires, trocaram a rivalidade do gramado pela união, por meio da solidariedade. As enchentes no Rio Grande do Sul motivaram as primeiras ações de ajuda dos argentinos aos gaúchos – e agora, os agradecidos torcedores do Internacional em Buenos Aires retribuem colaborando com um projeto social do River. A parceria prevê outros projetos no futuro. Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos AiresA partir da tragédia no Rio Grande do Sul, uma parceria solidária binacional foi criada entre os dois clubes. Todas as semanas, a gaúcha Marília Miños chega no final da tarde à histórica Praça de Maio, em Buenos Aires, com doações. São roupas e brinquedos a serem entregues a moradores de rua.Essa ação tem uma particularidade: Marília é torcedora e cônsul honorária do clube Internacional de Porto Alegre na cidade e retribui aos argentinos a ajuda que enviaram ao Brasil, após as chuvas que arrarasam cidades inteiras no seu estado natal. “O River abriu as portas do clube para guardar as primeiras doações. Então, como clube, nós viemos todas as sextas-feiras aqui à Praça de Maio para ajudar, servir, colaborar com a rede solidária, um projeto do River. É uma ajuda mútua entre clubes vermelho e branco”, explica Marília à RFI.Em maio, no auge da tragédia, o River Plate ofereceu as suas instalações para guardar as primeiras 17 toneladas de donativos que partiram de caminhão para o Rio Grande do Sul. Daquela campanha, promovida pelos torcedores do Internacional, participou também a chamada Rede Solidária, uma associação de voluntários em ajudas sociais, da qual também faz parte o próprio River Plate.Em julho, um segundo caminhão com cinco toneladas partiu com materiais de limpeza, higiene pessoal e cobertores de Buenos Aires a Porto Alegre. Essas doações foram de empresas argentinas, coordenadas pelo River Plate.“Essa campanha é um pontapé inicial: o objetivo é continuar colaborando juntos, já que a união faz a força. E, nesse caso, não temos rivalidade. Estamos juntos e todos ganhamos”, aposta Marília.Leia tambémComo as enchentes no RS impactam na economia de todo o BrasilColorados agradecidosÀ medida que a noite cai, outros torcedores do Internacional chegam à Praça de Maio para ajudar. Além de trazerem mais doações, eles auxiliam na distribuição de refeições para centenas de pessoas, que todos os dias vêm ao local para se alimentar.O gaúcho Majdy Nasser tem uma dupla razão para ser solidário: além de torcedor do Internacional, é estudante de Medicina em Buenos Aires. “São duas retribuições que eu tenho aqui: uma, por parte da campanha que eles abraçaram junto com a gente, de ajuda ao Rio Grande do Sul; outra, pelo fato de os argentinos possibilitarem a minha formação como médico", disse. "É o mínimo que eu posso fazer a esse povo argentino, que me acolheu nestes 10 anos que eu estou aqui, e que acolheu o Rio Grande do Sul no momento que eles precisaram”, descreve Majdy à RFI.Essas retribuições têm ainda mais valor diante do quadro social que a Argentina tem enfrentado. “A gente não esperava, na nossa campanha para o Rio Grande do Sul, tanta ajuda de um povo que têm uma situação econômica meio complicada. A gente procura ajudar essas pessoas em situação de rua. E ainda mais tendo o Inter, o chamado ‘clube do povo’, como base”, observa.“Como futuro médico, mais do que nunca, tenho a visão de ajudar o próximo, seja salvando, seja protegendo vidas. É isso o que fazemos aqui: protegemos vidas”, ressalta Majdy Nasser, quem também concede assistência médica.Aliança solidáriaA aliança fora dos campos de futebol entre o Internacional de Porto Alegre e o River Plate não surgiu agora. A inspiração para uma parceria social nasceu em 2019. Naquele inverno, o River abriu as portas do estádio para tirar moradores de rua do frio intenso. Em Porto Alegre, inspirado nesse exemplo, o Inter fez o mesmo.Cinco anos depois, a tragédia no Rio Grande do Sul levou os dois clubes a trocarem rivalidade por solidariedade. Felipe Llorente é secretário-geral da Fundação River Plate e sabe que, a partir de agora, se precisarem, os argentinos vão poder contar com a ajuda dos gaúchos.“Essa aliança como o Internacional, através do Consulado do Inter em Buenos Aires, faz parte de uma visão comunitária do River. Para nós, o povo irmão do Rio Grande do Sul, a cidade de Porto Alegre, os queridos irmãos da República Federativa do Brasil fazem parte também da comunidade na qual o River tenta se inserir”, indica Felipe Llorente à RFI.“Temos certeza que, daqui para frente, sempre vamos contar com os amigos do Internacional de Porto Alegre, com os quais temos uma história e uma rica tradição no futebol, com muitos enfrentamentos no campo de jogo, mas com uma amizade fora do jogo, com um relacionamento que vai continuar no futuro”, ...
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  • Clube de Mulheres de Negócios em Língua Portuguesa inaugura núcleo na Cidade do México.
    Aug 13 2023
    O projeto, fundado em março de 2020, em Portugal, para promover o intercâmbio empresarial entre mulheres empreendedoras e profissionais autônomas que falam português, já está presente em quatro continentes. Larissa Werneck, correspondente da RFI no MéxicoCriado pela brasileira Rijarda Aristóteles, que mora em Portugal desde 2014, o Clube de Mulheres de Negócios em Língua Portuguesa começou reunindo executivas e estudantes universitárias que falam português em encontros presenciais, em Lisboa, para aumentar suas possibilidades de venda de produtos e serviços para promover a liberdade financeira, principalmente entre as estrangeiras que moravam no país. No entanto, com a pandemia da Covid-19, assim como a vida de todas as mulheres, o clube também ganhou um novo significado.“Unir mulheres empresárias, empreendedoras e profissionais liberais em torno de uma rede de network que pudesse conectar mulheres de várias partes do mundo unidas pela língua portuguesa. E por que a língua portuguesa? Porque além de ser uma das línguas mais lindas de todos os tempos e além dela ser a quarta, quinta, mas falada no mundo, ela traz possibilidades de criatividade e inovação ao Brasil.”, explica a fundadora Rijarda Aristóteles.No mesmo ano, Rijarda deixou a carreira acadêmica para realizar o seu propósito.“Resolvi investir e focar em algo que começou a fazer muito sentido, que foi exatamente criar uma plataforma de network com foco em resultados positivos, ou seja, o nosso negócio é um dos primeiros aqui em Portugal que tem na sua constituição ser um negócio de impacto social positivo. Então eu criei essa plataforma, comecei a conversar com algumas amigas, porque a gente tem que lançar mão de amigas no primeiro momento, e aí tive a minha primeira embaixadora no Brasil e a segunda aqui em Portugal. E aí nós começamos a construir esse movimento.”, diz ela.Após três anos de fundação, os resultados são muito positivos. Atualmente, são duzentas e quarenta embaixadoras, presentes em doze países, além de mais de quatrocentas empreendedoras que passaram pelo Programa Empreender Feminino, que promove formação teórica e prática, de maneira virtual, em aulas ao vivo e acesso a conteúdos gravados. Além disso, com o fim da pandemia, os ambientes de negócio e de capacitação proporcionados pelo clube já voltaram a ser, também, presenciais. Este ano, mais de 500 mulheres, de diferentes nacionalidades que falam português, se reuniram durante dois dias na cidade de Fortaleza, no Ceará, durante a segunda edição do Conecte-se, um evento de capacitação e networking que contou também com uma feira de produtos e serviços.Português como língua francaNesta semana, o Clube de Mulheres de Negócios em Língua Portuguesa ganhou mais um núcleo na América Latina: o México. A primeira reunião foi realizada na última quinta-feira, na Cidade do México. Segundo a embaixadora do grupo no país, Lilia Lustosa, um dos objetivos do núcleo mexicano é ampliar a presença do clube em outras cidades para que as empresárias possam, além de gerar negócios dentro México, expandir para outros continentes.“Não precisa ser brasileira, nem portuguesa, nem moçambicana, mas precisa falar português, pode ser mexicana falando português, pode ser de qualquer nacionalidade. Então se você quer fazer negócio com Portugal, você não precisa ir para Portugal abrir uma empresa, você vai arrumar um colaborador, uma parceira, você vai fazer um contrato com ela ou um acordo que seja. Mas você não precisa estar lá e você vai conseguir vender seu produto em Portugal ou onde quer que seja, porque o clube já está em doze países, então de cara já são doze países onde você pode fazer negócio, além do México”, explica Lilia.O Clube de Mulheres de Negócios em Língua Portuguesa permite a participação de todas as mulheres que tenham negócios juridicamente constituídos ou em vias de constituição.Maria Teresa Dória, que trabalha há 25 anos como estrategista de expansão de mulheres empreendedoras, participou do primeiro encontro do clube no México. Ela mora no país há um ano e meio e pretende se unir a essa rede internacional, principalmente devido à conexão que o idioma pode gerar.“Já existem em outros segmentos trabalhando com mulheres, mas realmente ficou claro para mim que o objetivo desse clube é diferente. Ele mostra mulheres com o interesse em um momento da vida de mais de quarenta anos que eu acho interessante. Então você já tem um núcleo de mulheres especificamente numa outra fase da vida que, além da vontade de trabalhar e de empreender e de prosperarem nos próprios negócios, tem essa aproximação imediata. E, além disso, a forma delas estarem unidas pela mesma língua tem uma parte cultural fundamental que muitas vezes a gente não percebe e desconhece, mas que nos une imediatamente.”, diz Tereza.
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