São muitos os adjetivos para Ilana Kaplan. É maravilhoso conversar com uma colega de profissão que se admira, tanto no palco quanto fora dele. Criativa, intensa, cômica, dramática, uma atriz sem limites. O texto escrito pela jornalista Patrícia Lima explica com clareza a trajetória de Ilana Kaplan, nossa convidada mais do que especial aqui no canal. "Olá, Keilers... eu sou Keila Mellmann e essa é mais uma dica de decoração e etiqueta no mundo virtual". Opa, essa não era a joalheira Lea Guerschwin que subia no palco para divulgar o recém-criado site da sua loja e aproveitava para desabafar com a plateia os seus perrengues familiares? Ou seria a modelo Evelise, que recorria à caridade pelo direito de fazer uma escova progressiva? Ou então a psicóloga Sonia Lichtman, que criou um consultório dentro de uma van para rodar por São Paulo em bizarras sessões móveis de terapia? Ou quem sabe a aspirante à socialite Silvéria, moradora de Paraisópolis, que desmaiou de calor para ostentar um casaco de peles em pleno verão brasileiro? A identidade secreta dessas e de tantas outras mulheres engraçadíssimas é a mesma: são todas a atriz gaúcha Ilana Kaplan, 56 anos, que zerou a internet no final de março com a personagem que dá dicas de decoração de lives e traz verdades sobre os comportamentos em tempos de pandemia. Ao cravar sobre o que "é de bom tom" no mundo virtual, Ilana usou o talento consolidado em 35 anos de carreira no teatro, cinema e televisão para dar voz a quem segue preocupado com os riscos da Covid-19, mesmo quando boa parte da sociedade parece ter deixado a prevenção de lado. "Me vesti, acendi a ring light e resolvi fazer um deboche. Era pra ser uma piada para os meus 6.540 seguidores no Instagram", comenta Ilana, ainda surpresa com a repercussão da personagem criada sem pretensões e que revelou a atriz para um público que até então não a conhecia - muitos internautas se diziam surpresos ao descobrirem que Keila Mellmann era, na verdade, uma criação ficcional. Compartilhado por gente como Astrid Fontenelle no programa Saia Justa, no canal pago GNT, e pelo apresentador Zeca Camargo em suas redes sociais, o bordão de Keila Mellmann ganhou o País. "Tu quer postar? Posta. É de bom tom? Não, não é de bom tom", dispara a decoradora de lives a quem a questiona. Os pouco mais de 6,5 mil seguidores de Ilana no Instagram passaram a crescer em escalas de milhares. Ao fechar esta reportagem, já eram mais de 219 mil - e contando. O primeiro vídeo, postado no dia 30 de março, acumula mais de 1 milhão de visualizações somente no perfil da atriz. Keilers, os fãs da personagem, pipocam nas redes sociais fazendo referência à falta de noção na internet. "A Keila foi uma sacada genial da Ilana, por que materializou de forma debochada o ranço com muita gente que ostenta vida normal nas redes durante o absoluto caos que vivemos em função da pandemia. Adoraria ver essa personagem representando as marcas que se preocupam com a preservação das vidas", comenta o publicitário Miltinho Talaveira, que lançou uma campanha local em favor das medidas sanitárias para conter o avanço da Covid-19 e para cobrar a vacinação em massa no País. Fã do trabalho de Ilana Kaplan desde os tempos em que ela ainda fazia teatro em Porto Alegre, Talaveira se aproximou da atriz e passou a ter contato virtual mais frequente com ela em função da personagem e da campanha. Ao responder perguntas fictícias de internautas, Keila Mellmann dá a real de forma irônica e muito engraçada. Perguntada sobre a pertinência de postar um passeio de jatinho a Noronha ou uma viagem à Disney pós-vacina nos Estados Unidos, Keila não cansa de lembrar a situação da pandemia no País, com centenas de milhares de mortos e escassez de vacinas - e o quanto exibir normalidade ou luxo em meio à situação do Brasil é incoerente. Com o tempo, começou a observar os cenários dos comentaristas dos noticiários. "A casa da Mônica Waldvogel era linda, mas a do Jorge Pontual eu sempre tinha vontade de faxinar e organizar", relembra. Por fim, ao passar os olhos pelo Instagram, a incomodavam cada vez mais as postagens de viagens, passeios, compras, festas, gente sempre feliz, tudo acontecendo como se não houvesse pandemia. "Chamei a minha irmã, Ana, e escrevemos a primeira esquete. Era pra ser uma brincadeira, mas acho que isso estava preso nas pessoas. Muita gente se incomodava, como eu, por isso viralizou. Foi uma catarse", afirma. Dicas da Ilana Kaplan: o especial de comédia musical de Bo Burnham, INSIDE. Netflix A comédia dramática Fleabag criada por Phoebe Waller-Bridge. Amazon Prime Aqui você viaja pelas melhores cenas! Quer saber mais sobre cursos, palestras, livros? https://linktr.ee/ricardonapoleao Sejam muito bem vindos ao canal e aguardo as suas sugestões!