O pequeno Hans Günter ganhou sua primeira câmera aos nove anos e aos 15 fez um curso profissionalizante de fotografia no Museu Judaico de Berlim. Em 1939, os Flieg tiveram todos seus bens confiscados por serem judeus. No final daquele ano, conseguiram chegar em São Paulo. Nas quatro décadas seguintes, Hans Günter Flieg registrou o desenvolvimento industrial brasileiro, a evolução da arquitetura, do design e da publicidade no país, adquirindo fama de perfeccionista e revolucionando a técnica de iluminação e a própria linguagem da fotografia.

Eva Margarete Plaut chegou ainda adolescente ao Brasil, depois que a família judia foi obrigada a fugir da Alemanha. Casada, passou a assinar Eva Sopher e ficou conhecida como a guardiã do Theatro São Pedro, de Porto Alegre, após lutar 10 anos para reerguer o prédio que estava praticamente em ruínas. Ela colocou a cidade na rota de grandes artistas e conjuntos internacionais como Eugène Ionesco, Jean-Pierre Rampal, a Sinfônica de Israel e o maestro Zubin Mehta, I Musici, Meninos Cantores de Viena, Orquestra de Câmara de Jean François Paillard, Fernanda Montenegro, entre muitos outros. Em 2015 ganhou a medalha Goethe, o mais elevado grau de reconhecimento da Alemanha na área cultural.

Foi quem revolucionou o teatro no Brasil. Na Polônia dirigiu o Teatro Polski (Teatro Polaco) e o Maly (Teatro Pequeno), atuou em mais de 20 papéis. Quando os nazistas invadiram seu país, conseguiu fugir graças a um visto irregular concedido pelo embaixador brasileiro Luiz Martins de Souza Dantas. Sua maneira inovadora de trabalhar e as soluções apresentadas em Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, em 1943, são consideradas marcos do moderno teatro brasileiro. Foi convidado a mudar-se para São Paulo, onde fundou o Teatro Brasileiro de Comédia, TBC. Graças a Ziembinski, o Brasil conheceu  importantes dramaturgos internacionais. Levou o teatro à televisão quando coordenou, na Rede Globo, o Departamento de Casos Especiais. De seus 50 anos no palco, passou 35 no Brasil, dirigindo 94 peças.