Musk perdeu mais que Trump com ‘divórcio’, dizem revistas francesas, que apostam em reconciliação Podcast Por  arte de portada

Musk perdeu mais que Trump com ‘divórcio’, dizem revistas francesas, que apostam em reconciliação

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O desentendimento entre o presidente americano Donald Trump e Elon Musk ganha destaque nas revistas francesas desta semana, que se questionam quem sai perdendo mais nesta separação.

Para Le Point o divórcio entre os dois magnatas, ainda que esperado, é, na verdade, impossível. Os interesses econômicos e o destino do dono da Tesla e da Space X continuam ligados, afirma a revista.

Musk era o herói dos Maga – seguidores do movimento Make America Great Again –, gastou U$ 200 milhões na campanha de Trump e mais U$ 100 milhões nas de outros candidatos republicanos. Mas sua passagem de "conselheiro sênior" de Trump na Casa Branca ao purgatório, de acordo com Le Point, não espanta ninguém: os dois maiores egos da América queriam ser o centro das atenções, dizem especialistas entrevistados pela revista.

Para a publicação, Musk era útil para Trump porque canalizava a impopularidade, mas se tornou um estorvo, se desentendendo com membros do gabinete do presidente e se recusando a aprender as regras de Washington.

A gota d'água foi a ostensiva oposição de Musk ao projeto de lei de orçamento de Trump, que estende os créditos de impostos do primeiro mandato e corta despesas públicas com o Medicaid, o plano de saúde do qual dependem 70 milhões de americanos.

Tesla

A disputa custou caro também para a Tesla. Em 5 de junho, os tuítes trocados por Musk e Trump fizeram as ações da marca caírem 14%, mostrando como a imagem dos veículos elétricos está ligada à de seu dono.

Durante os meses de colaboração com a presidência americana, o milionário sul-africano assistiu impotente a imagem da marca ser manchada no mundo inteiro, com o aumento de atos de vandalismo contra os carros Tesla e suas concessionárias, levando até mesmo um grupo de proprietários franceses a processar Musk na Justiça.

Para L'Express, não há mais volta. Os insultos entre Trump e Musk foram longe demais, diz a revista, comparando a disputa com uma luta de MMA. O presidente americano, mais resiliente e mais bem armado que seu ex-melhor amigo, não é do tipo que releva. A perda de Elon Musk custará mais caro a Donald Trump do que parece, analisa a publicação, porque o magnata da tech tinha duas armas potentes para calar os dissidentes do partido Republicano.

A primeira representada por sua fortuna colossal de U$ 420 bilhões. A outra arma que o sul-africano disponibilizou para Trump foi sua rede social X que, com seus 600 milhões de usuários, representava um formidável porta-voz dos Maga.

"Elon Musk é o Yevgeny Prigozhin de Trump", diz o especialista em geopolítica americano entrevistado pela L'Express, Jacob Heilbrunn, fazendo alusão ao mercenário russo, chefe do grupo Wagner, que foi por muito tempo próximo de Vladimir Putin, e morreu em um misterioso acidente de avião, após liderar uma rebelião contra o Kremlin. "Será que Elon Musk vai explodir em pleno voo?", pergunta a revista como conclusão.

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