Expo Favela 2025 leva inovações das periferias ao coração de Paris Podcast Por  arte de portada

Expo Favela 2025 leva inovações das periferias ao coração de Paris

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Começou nesta sexta-feira (4) em Paris, a Expo Favela Innovation 2025. Mais do que uma feira de negócios, o encontro organizado pela Cufa, a Central Única das Favelas, visa promover a igualdade através do poder criativo encontrado em bairros populares, reunindo empreendedores, investidores, artistas e instituições. Maria Paula Carvalho, de Paris Durante dois dias, o Teatro de la Concorde, no coração da capital francesa, é o ponto de encontro para novos empreendedores e investidores que buscam bons projetos para apoiar, numa troca entre representantes do mundo empresarial, da sociedade civil e do poder público para debates as boas ideias nascidas em espaços de desvantagem social e econômica. Localizado na parte baixa da famosa avenida do Champs-Élysées, a escolha do teatro foi simbólica, explica Karina Tavares, a organizadora. "No Brasil, a Expo Favela acontece sempre no centro, porque sabemos que as periferias são territórios de serviços e o pessoal do centro não vai para a periferia. Portanto, quisermos valorizar e colocar holofote nessas pessoas, nas criações, nos milagres periféricos, a gente tem de fazer isso no centro", diz. A programação é formada por mesas-redondas, workshops, concertos, encontros literários e sessões de cinema. No jardim e no hall do teatro, os empreendedores ocupam estandes onde mostram suas inovações nas áreas de tecnologia, arte, gastronomia e bioeconomia. Tatiane Moraes vive na favela da Tinga, na periferia de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ela trouxe à França, país conhecido pela perfumaria, o seu o projeto de fabricação de sabão artesanal. "Junto com o sabão, vem toda a questão de educação ambiental, pois um litro de óleo descartado de forma incorreta contamina 20 mil litros de água, pois o óleo impede a absorção da água no solo", explica. "Nós estamos passando por um momento difícil no Rio Grande do Sul referente às mudanças do clima, então, trouxemos essa pauta tão importante", destaca. Iniciativa carioca Nascida no Rio de Janeiro, a Central Única das Favelas está presente em 68 países, dando visibilidade e conectando comunidades, promovendo soluções e transformações sociais em escala global, há mais de 25 anos. Uma história de sucesso, replicada pela segunda vez em Paris. "A nossa ideia não é comemorar a existência de favelas, mas que a gente possa comemorar o fato de que, apesar das dificuldades, essas pessoas têm sido bastante resilientes e têm se desenvolvido", observa Celso Athayde, o fundador da Cufa. "A sociedade, de um modo geral, se encontra. Os ricos se encontram no Fórum Econômico mundial, os cientistas se encontram, os médicos se encontram e é importante que as favelas se encontrem, nas mais diversas atividades, inclusive no empreendedorismo", afirma. "Então, criar uma feira como essa no Brasil e depois levar essa feira para todo o mundo e começar pela França tem um papel muito importante, porque mostra que se os problemas são globais, as soluções também podem ser", analisa. Negócios da periferia Favela é potência, como atesta o grande número de pequenos empreendedores e presentes em Paris, como a Casa do Axé, da Paraíba. "Eu estou na Expo Favela representando o meu negócio, que é a Casa do Axé, que faz uma moda com influência afro para pessoas de terreiro e para além do terreiro", diz Erika Santos. Para ela, se apresentar no país da moda, ao lado de expositores internacionais, é uma grande conquista. "É um marco na minha história, poder ultrapassar fronteiras do meu país para apresentar o meu trabalho", diz. Maria das Neves, da cidade do Conde, também na Paraíba, veio contar a sua história de superação. "Eu vim de um assentamento, onde iniciei uma história com apenas R$ 50 emprestados e com dois tipos de doces, feitos por duas mulheres pretas, analfabetas", diz. "Hoje, tenho o primeiro shopping rural do mundo. E para mim é um prazer estar aqui em Paris, participando da Expo Favela, pois é uma oportunidade única nas nossas vidas. Quando a gente passa a criar a nossa história, a sonhar e ser determinada, a gente tem certeza que vai muito longe", comemora. Kalyne Lima, presidente da Cufa no Brasil, fala sobre a importância de reunir empreendedores e possíveis financiadores desses projetos."Para os empreendedores, vir a Paris é um objetivo alcançado, muitas vezes inimaginável para eles", afirma. "Sair do Brasil, fazer uma viagem internacional, poder encontrar outros empreendedores de países dos quais eles desconhecem a realidade e a cultura, e compreender que há muitas coisas em comum, é um crescimento, um aprendizado e uma autoafirmação", aponta. 8% dos brasileiros vivem em favelas Convidado do evento, o ex-ministro de Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, lembra que 16 milhões de brasileiros vivem atualmente em 12 mil favelas, o que representa 8% da população brasileira. "As favelas são um ...
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