
Com ataques ao Irã, Israel força remodelação incerta do Oriente Médio, explicam revistas francesas
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As edições semanais das revistas francesas Le Point, L’Express e Le Nouvel Obs abordam, sob ângulos distintos, a escalada do conflito entre Israel e Irã, revelando visões contrastantes sobre suas causas, legitimidade e consequências.
Em dois editoriais, a Le Point exalta a ofensiva israelense como uma ação estratégica e necessária contra a ameaça nuclear iraniana, destacando o apoio tácito de países árabes e fragilidades do eixo antiocidental. A L’Express analisa os bastidores diplomáticos, o fracasso das negociações e o reposicionamento da França diante da crise. Já Le Nouvel Obs adota um tom crítico, denunciando a militarização crescente de Israel sob o governo de Benjamin Netanyahu e alerta para os riscos morais e geopolíticos de uma guerra preventiva.
Com a imagem de Ali Khamenei em sua capa e a manchete "O crepúsculo dos aiatolás", a Le Point adota uma perspectiva fortemente favorável à ofensiva israelense, defendendo a legitimidade da guerra preventiva como resposta à ameaça nuclear representada pelo regime islâmico, há 46 anos no poder em Teerã.
Israel é descrito como um pequeno Estado corajoso, isolado, mas determinado, agindo por sua sobrevivência e pela segurança regional. O autor do editorial destaca que vários países árabes, embora silenciosos, apoiam discretamente essa ação, expressando sua aprovação com frases de agradecimento a Israel. O texto critica a complacência de certos meios de comunicação ocidentais com o regime iraniano, qualificado como uma teocracia brutal e corrupta. Os perigos de um Irã nuclear são detalhadamente descritos pela revista, mas é impossível saber qual será o futuro do Oriente Médio após essa escalada.
Como complemento, um segundo editorial da Le Point destaca que a frente antiocidental formada por Irã, Rússia, China e Coreia do Norte também está fragilizada: Pequim e Moscou, apesar de suas alianças com Teerã, evitam qualquer envolvimento direto no conflito. Desde o ataque de 7 de outubro de 2023 em Israel, a retaliação israelense enfraqueceu não só o Hezbollah, o Hamas e a Síria, mas também expôs divisões internas no eixo das autocracias, avalia a Le Point.
Bastidores diplomáticosA L’Express foca nos bastidores diplomáticos e no fracasso das tentativas de mediação, especialmente a iniciativa do presidente francês, Emmanuel Macron, de junto com a Arábia Saudita atuar pela solução de dois Estados na região, por meio do reconhecimento da Palestina ao lado de Israel.
A ofensiva israelense é apresentada como uma resposta à ameaça iraniana, com apoio tácito do Ocidente, mas também como um sinal da falência da via diplomática diante de um Irã considerado manipulador. A posição francesa, embora isolada, é descrita como equilibrada, mantendo a crítica à radicalização de Netanyahu e à crise humanitária em Gaza. A França, embora marginalizada por Israel, mantém uma posição equilibrada e pode pedir o retorno das sanções contra Teerã, estima a L'Express.
Desrespeito ao direito internacionalEm contraste com as outras publicações, a Le Nouvel Obs adota um tom crítico à estratégia militar de Israel, especialmente à condução de Netanyahu. O editorial denuncia uma escalada bélica contínua e uma ruptura com a postura defensiva histórica de Israel, que agora seria um novo agente de desestabilização regional.
Embora reconheça a natureza autoritária do regime iraniano, a revista questiona a legitimidade de uma guerra preventiva e critica o unilateralismo israelense, comparando-o à invasão do Iraque em 2003. A ofensiva é vista como uma tentativa de Netanyahu de restaurar apoio interno e externo, mas à custa do direito internacional e da estabilidade regional.